sábado, 16 de agosto de 2014

Minha metamorfose



Tal como a borboleta, eu vivo dentro do ventre da minha mãe: está na hora da minha metamorfose, espremi de um lado e do outro, ouvia choros e pequenos barulhos, de repente eu saí, sei que me deram um tapa e eu chorei... devo ter adormecido, quando acordei, me vi apertada em roupas que me incomodavam e uma mulher me beijava e chorava, chamando-me de minha filha.
Começou meu sofrimento, de repente ainda pequena, falando algumas palavras, um homem fraco que dizia ser meu pai me levou para um lugar cheio de crianças tristes, e quando me dei por mim não  mais o vi, nem liguei...não sentia nada por ele e nem por ela( será por que era muito pequena?).
Fui crescendo sobre ordens e surras num pavilhão nojento com baratas e sujeiras que as meninas chamavam de colégio. Nesse colégio, me vestiam com qualquer roupa e tenho os braços roxos de tantos beliscões.
Cresci ali nesse antro nojento e Lúcia uma amiga sempre dizia que eu era muito bela e, escondida no banheiro me deu um pequeno espelho: foi aí que me vi pela primeira vez, já com meus quinze anos. Me amei, saímos sorrateiramente e à noite disse a Lúcia que iria fugir dali. Ela me ajudou, roubou um vestido lindo de uma jovem que tomava conta de nós e jogou do outro lado do muro e com uma força sobre humana caí do outro lado.
Fui caminhando, sendo iluminada pelas estrelas e a lua até chegar num córrego. Ali tirei aqueles trapos e me joguei na água e com as mãos cheias de flores que pegando pelo caminho esfreguei no meu corpo todo, sentindo um cheirinho gostoso de flores do campo. Após secar meu corpo coloquei aquela roupa linda, desalinhei meus cabelos e veio o vento para secá-lo e fiquei a apreciar a beleza da natureza que nunca tinha visto.
De repente ouço um barulho forte e começo a correr. O barulho parou e duas mãos me seguraram: 
Um jovem lindo perguntou-me: onde vai com tanta pressa. Expliquei tudo para ele, então me colocou em cima do cavalo, subiu atrás de mim e, pegou as rédeas e me disse: vou leva´-la para minha casa, tenho mãe, pai e irmãos, não se assuste, não vou lhe fazer mal algum.
Chegando em casa, contei a família tudo da minha vida, a mãe do rapaz me abraçou e disse: aqui você está segura.
Os meses se passaram, Cláudio, o cavaleiro e eu nos apaixonamos. Seus pais foram à procura do orfanato, já tinha na época dezoito anos e pediu meus documentos que prontamente me entregaram.
Hoje é o dia do meu casamento com Cláudio, como estamos eufóricos e muito felizes!




14 comentários:

  1. Otimo texto como sempre Dorli!

    Nesta curta ausencia tenho apenas retribuido as visitinhas ao blog, mas vim deixar-te um saudoso beijo. Volto em breve.

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  2. Bom dia Dorli, belo conto com final feliz, amei ler!
    Abraços e tenhas um lindo sábado!

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  3. Que final feliz nesse lindo conto onde tudo começou tão triste!Adorei! bjs,chica

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  4. Boa tarde Dorli

    Que texto com uma história linda!!Adorei

    Bom fim de semana, beijo.

    http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

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  5. Lindo conto,no começo um pouco triste,mas com um final feliz.
    Seria muito bom se todas as crianças que ficam em orfanatos tivessem um final como esse,muitas ficam lá abandonadas esperando por uma alma bondosa.para adotá-los como filhos.
    bjs amiga Dorli.
    Carmen Lúcia.

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  6. °º。✿
    Amei o texto. História triste com final feliz... mas para fugir é preciso coragem!


    Bom fim de semana!
    Beijinhos.
    ·..✿✿⊱

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  7. Uma reviravolta muito bonita nessa história! Que bom que todas as histórias de órfãs acabassem assim, não é?
    Abraço!
    Sonia

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  8. Dorli,que belo conto de fadas! Adorei o final feliz! bjs,

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  9. Oi Dorli que lindoooo! amei, tenha um lindo fds beijo

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  10. Dorli, mas vc é muito criativa. Adorei os 2 textos . O primeiro da "metamorfose " onde a imagem de um colégio nos vem de maneira suja e horrível. Fiquei penalizada pela personagem]. Ainda bem q ela criou coragem e fugiu. Final feliz. Bjs e b0a semana.

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  11. Querida amiga

    É esta metamorfose
    que dá sentido a vida.
    Mudamos pelo amor...
    Mudamos para amar...

    ________________________

    Que tenhas tempo
    de descobrir que a vida
    se alimenta dos momentos presentes,
    e que nestes momentos
    está a nossa felicidade.

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  12. Tudo se transforma mesmo, lindo.
    Beijo Lisette.

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