Meu presente está abraçado ao um passado insólito que me tortura quebrando meu coração e chorando um amor imensurável que faz sombra de um passado que me é incompreendido numa mente sã.
Não sei se estou no passado ou presente, vagueio o nada abraçando um anoitecer gelado. Quero saber se sou real ou mais uma sombra, que ora no presente torturo-me embalando meus pensamentos no vazio de uma solidão que me assusta.
Meus olhos descortinam nuvens escuras por onde irei passar, mas sem saber o que encontrar do lado de lá, mas o medo está voando o meu coração imutável e de repente, adormeci.
Acordei e reconheci a bela árvore ainda firme e crescendo à beira de um precipício, um rochedo e abaixo dele um córrego com lindos peixes coloridos. Meu coração acelerava a cada passo que dava e ao passar por mim um vento trouxe uma brisa gelada, me abracei, foi quando ao longe vi um pequeno casebre, fiquei embriagada, pois reconheci que naquele casebre vivia meu amor. Chegando lá, empurrei a porta ouvi o seu ranger e ao entrar, estava vazia e em cima d'um velho fogão um bilhete: se um dia chegar aqui a espero no passado, sua fujona. Estremeci.
Aí foi que percebi que não era terrena, saí, abri duas enormes asas, voei para encontrar meu amor no passado.