domingo, 3 de maio de 2015

Mistérios do além - miniconto


 your body is a temple of the holy 

Ó Sol, tão longe está de mim e embebido em clarear o mundo que esquece que aqui estou em loucura de devaneio, querendo saber os mistérios do além.
Sol, me diga: o que acontecerá com as almas quando ficarem vagando no mundo sem nenhuma conhecer a outra? Você me chega tristonho e diz que mistério não se pode contar, então, que eu escreva em folhas ao vento as minha convicções.
Nisso passou um sabiá e sentindo minha indecisão pediu que eu não perdesse tempo em saber como seria o além, que vivesse o hoje, embora desigual e discriminado, pois nas paredes do futuro ninguém saberá de nada. Cada um tem um desfecho e o dele seria o vazio do tudo.
Não é possível sabiá, já soltei algumas folhas ao vento e nelas diziam que em pouco tempo todos sem distinção iriam se encontrar no além e viria alguém com a maciez de uma voz encantada nos receber.
Haverá um outro mundo lindo, onde todos os escolhidos iriam viver as belezas do inusitado.
Na porta, alguém escolheria os bons, a fila seria enorme, pois todos estariam mortos. Os pouquíssimos bons entrariam por essa porta e se deslumbrariam com a beleza do lugar. Todos ganhariam um corpo diferente, mas belo e morariam num lindo lugar que tudo era só pedir. Uma maravilha!
Todos viveriam e se respeitariam como irmãos e se deliciariam d'uma natureza farta e nunca mais haveria dor e nem ringir de dentes. 
E os outros? Virariam pó a sumir com uma triste ventania.


sábado, 2 de maio de 2015

A vida é um sonho-miniconto





Se a vida é apenas um sonho quero me embriagar de amor, não quero acordar, vou conversar com as flores envaidecidas de suas belezas, o Sol que faz nosso suor escorregar pela pele, farei um lindo verso à Lua, meus beijos voarão grudando como ferrugem de amor no céu azul em noites quentes estreladas.
A chuva chegou como brisa e a nuvem me abraçou, mesmo assim ela molhou todo o meu corpo, a brisa estava enciumada porque subi um precipício só para amar as esvoaçantes nuvens escuras. Então pensei: vou clareá-las com meu amor de princesa, tal como num conto de fadas, onde tudo é possível.
A noite está fria e meu corpo frágil começa a tremer, de repente um vento mais forte soprou meu corpo fora do perigo e as estrelas me aqueceram. Sou uma alma itinerante que foi longe para se esconder da fúria humana, mas deixou em casa dormindo o seu amado e no meu devaneio sonhou uma linda viagem.
Acordou seu amor e disse: 
" Mô, eu o amo" e, abraçadinhos voltaram a dormir.

 

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Muito obrigada amigos




running on the beach

Aprendi que se eu correr a favor do vento as minhas realizações serão infindas, nenhum competidor irá me ultrapassar,  pois corro de mãos dadas com Deus.


Obrigada a todos que encheram
Minha caixa de e-mail
Pedindo a minha volta
E em particular
A Carmem
Pelo carinho de
Seus comentários



terça-feira, 28 de abril de 2015

Vou sair de férias




Vou sair de férias
Dos meus amigos virtuais
Do blog, e-mail e facebook
Vou sair de férias dos meus versos
Dos meus contos
Vou cuidar da minha mente
Quero viajar para as montanhas
Beber água das minas
Tomar banhos nas sulfurosas águas
Vou desligar meu telefone
Só um celular para um parente
Quero beber água de coco, sentar no chão
Tomar um gostoso banho
Assistir um lindo concerto
Quero dançar numa linda praça
Comprar muitas bugigangas
Quando voltar pra casa
Talvez só volte pra casa
Meu lar
Inté...


Goodebye


segunda-feira, 27 de abril de 2015

Malvada ironia



Ironia é uma forma elegante de ser mau (Berilo Neves)
A ironia afirma o contrário do que se quer dizer
Do que pensa
Ironia é gozar de alguém, criticar, censurar algo
Ironia é o contrário de tudo que é bom
É desvalorizar.
Pessoas que usam de ironia são estúpidas
Imbecis e ignorantes
Escondem-se como Hitler
Pessoas nesse nível se dão mal com as inteligentes
São malquistas e insuportáveis
Elas vivem no vazio das suas ignorâncias
E na solidão do desamor
Sem amor


domingo, 26 de abril de 2015

Eu preciso





Eu preciso:
Que me respeitem como pessoa humana, que saibam do meu discernimento, que não menosprezem minha inteligência, que um dia, com certeza, nos encontraremos num único lugar, que saibam que ninguém é melhor que ninguém, que deitem suas cabeças leves de pecados no travesseiro, que todos tenham misericórdia alheia, que não haja trevas no seu coração como homem, que o mesmo, um dia, será julgado por Alguém superior.
Pois sem humildade, ninguém terá sua plenitude e, sem ela a  nossa vida na Terra não vale nada.


sábado, 25 de abril de 2015

A caminho da escola - Crônica


Peguei na internet nada a ver com a escola

Meu Deus! Faz tanto tempo que recebi o diploma de normalista, foi suado, pois só levava o canudo para casa quem fosse muito bom, estudei numa escola famosa e gratuita: tinha que levantar muito cedo para pegar o trem para estudar n'outra cidade.O frio quebrava os nossos ossos e nem correr conseguíamos, pois nossas pernas congelavam, enfim, com muito custo chegávamos à Estação de trem.
O tique-taque do trem fazia de nós poetas e poetisas, pois debruçados nas janelas deparávamos com o alvorecer e no frio era lindo, víamos porcos, galinhas,cavalos nos pastos fazendo suas refeições e os pequenos correndo nas fazendas e sítios, retireiros ordenhando as vacas e muitas vezes a chuva chegava de mansinho, as águas dos açudes nos parecia congeladas de tanto frio.
Ah! Mas quando chegava a primavera as flores dos campos por onde o trem passava, o mais lento, chamava Maria-Fumaça e demorava mais para chegar, dando tempo de poetizarmos a primavera que vinha a toda nos encantando com o seu colorido diversificado.
No verão era uma delícia, o calor era ameno e descíamos correndo a rua da estação, parávamos numa pequena ponte onde passava um córrego, tomávamos fôlegos e subíamos até a Estação e já dentro do trem, olhando pela janela via aqueles meninos nadando nos córregos para se refrescar e nós íamos as piscinas das fazendas para nadar.( tempo bom que não olvido jamais).
No outono, os mangueiras ficavam "cheinhas" de mangas, as goiabeiras pareciam cansadas de carregar seus frutos. Tínhamos jabuticabeiras, enfim de tudo: legumes e frutas à vontade.
Éramos jovens bonitos e saudáveis, muitos deles já se foram.
Quantas reminiscências d'um tempo que ficou para trás, onde tudo que comíamos era natural, quase ninguém ficava doente e hoje com os agrotóxicos para aumentar os legumes e frutas estão nos matando vagarosamente e nossa pequena cidade está cercada de tristes e chorosos canaviais.

A nossa Estação daquele tempo
                                                    Foto Ralph M. Giesbrecht


sexta-feira, 24 de abril de 2015

Nossa vidinha



paisagens de roça

Ai, que saudades tenho do meu cantinho lá no pé da serra, um pequeno sítio com apenas duas casinhas, uma era de mamãe e a outra minha que dividia tudo com minha amada Manoela.
Conheci Manoela num baile lá na roça do tio João...Que mulher!
Era festa de São João, lá tinha pipoca, batata doce e muito quentão e, depois do terço o arrasta pé começava e escorregava até de madrugada. Bebi muito e tirei Manoela para dançar uma modinha, ela também cheirava batata doce e quentão. Agarrei-a pela cintura e dançamos muito.
Manoela me intrigava com aquele jeito de mulher fogosa, fiquei delirando de vontade de possui-la, ela chegou perto de mim e disse: Pedro, vamos dar um passeio por aí. Estou meio tonta e preciso de ar puro do contrário vou desmaiar.
Pedro prontamente saiu com Manoela e, abraçadinhos e meio bambos os dois chegaram perto de um córrego para beber da água cristalina e ao beberem escorregaram dentro do córrego. 
A água estava geladinha, Pedro abraçou Manoela a beijou muito e fizeram o que não deviam.
Conseguiram com muito custo sair do córrego e sem voltar para a festa levou sua amada pra a sua casa. Ah! Quando chegaram, o pai da moça disse a João: Amanhã cedo iremos pra cidade tirar os papéis para o casamento e assim o enlace aconteceu logo, mas as outras donzelas cochichavam: ela está prenha. Mas o baile continuou no terreiro da casa do seu pai e de repente, pegou Manoela no colo e rumou para seu ninho de amor. Rapidinho nasceu o primeiro dos oito lindos filhos.
Hoje, com muito dó, pois era o sítio que meu pai adorava, mas já velhos vendemos nosso pedaço de chão para morar na cidade. Minha Manoela sofre de saudades dos seus lindos filhos que sumiram para São Paulo e nós dois aqui sozinhos ficamos sem mais ninguém para conversar.
Sempre quem passa por aqui nos vê  sentadinhos na soleira da porta, da um pedaço de prosa conosco e vão  embora.
Agora, velhos e sozinhos na vida de nada adiantou termos tido oito filhos que muito pouco vêm nos visitar.
Hoje, sós, vivemos sonhando a vida que antes rodeadas de crianças arteiras gritando, hoje vazia.



quinta-feira, 23 de abril de 2015

Tipos de beijos



apaixonados desenho

O beijo é um desejo que sai da alma
É uma sensação que o amor brotou
 Células ardentes dividem-se em vida
Num corpo em que a nevasca grudou

Todos os beijos são belos sentimentos
Mas o beijo de amor unem duas vidas
Outrora estavam no forno dos ventos
Hoje gruda dois lábios cheios de amor

Beijo de paixão é louco e apaixonado
Que ata dois corpos ávidos de desejos
É aquele que move o trabalho penoso
E num gostoso banho acende lampejos

De todos, o beijo mais gostoso é o pueril
Apertar no peito a nossa criança querida
Aos filhos amados darmos um beijo sutil
O calor do  peitinho encontra nossa alma


quarta-feira, 22 de abril de 2015

Encontros e desencontros





*De tantos encontros sutis permeados com beijos, abraços e promessas que foram em vão, hoje me vejo em desencontros e na minha solidão, choro *


terça-feira, 21 de abril de 2015

Amor no picadeiro


clown paintings


Apenas duas crianças que brincavam no picadeiro enquanto o espetáculo não começava. Eles desabrocharam como flores na primavera, lindos que agora no picadeiro faziam crianças e adultos rirem às gargalhadas.
O amor entre eles saboreava como vento, o cheiro das flores dos campos que rodeavam as campinas onde o Grande circo estava armado. Dois amantes inseparáveis como estrelas apaixonadas nos céus que brilhavam em noites enluaradas.
Os dois viviam alheios e imersos em nuvens brancas, abraçadinhos parecendo ouvir um só coração batendo. Saíam a namorar "às escondidas"
De repente como arbustos empobrecidos e paralisados de medo foram pegos aos beijos numa cachoeira de águas cristalinas com cheiro de amor. De repente um grito. Um homem de chapéu de abas largas gritou: esse amor não pode continuar, pois são irmãos. Paralisaram.
À noite, o palhaço mais velho gritava: atenção senhores: o espetáculo vai começar. Entram os dois palhaços: Ao invés de alegria, do coração saía um choro de dor e uma lágrima correu dos olhos dela que ele tentava escondê-la com a mão e num abraço caloroso, uma tempestade de palmas ecoaram por todo o circo.
Nisso, sem falar nada, o palhaço apaixonado pegou sua mala e rumou estrada e a linda palhaça engoliu lágrimas saindo do picadeiro correndo até a pequena cachoeira onde ele a estava esperando, abraçou-a com carinho, beijou sua testa dizendo: cuide-se irmã, um dia essa nuvem escura irá dissipar e a gente poderá até rir e se abraçar como irmãos. Partiu sem olhar para trás...
Naquele dia não houve espetáculo...



segunda-feira, 20 de abril de 2015

Olhos do amor



Eu te vi
Na ilha do amor
O teu olhar
 Me emudeceu

Paralisada fiquei
Sinto "suado"calor 
É inverno
Corpo gemeu

Apaixonei-me
Uma neblina
Pairou no ar
Você me olhou

Aproximou-se
Beijou-me
Ah! acordei
Gelei


domingo, 19 de abril de 2015

O deserto da vida



 walking to the light

O deserto da vida é nulo, dói a alma, mas o caminho é longo, a saudade chora e a solidão é infinda. Procura-se a seiva que havia no coração da humanidade, mas é inútil, pois o brilho do infinito chama cada um de cada vez e muito tempo passará até se encontrar a plenitude.
No chão arenoso poesias lindas estão escritas e cada uma foi alguém que por aqui passou e a deixou cair. Não se dissiparam com o vento, pois os que vêm atrás vão regando com suas lágrimas e deixando ao lado, a sua.
Quando irá terminar essa caminhada? Ninguém sabe...
Só Deus!!


sábado, 18 de abril de 2015

Árvore amiga



 
 عکس کوس وکون

Num campo havia uma árvore e nele morava Julieta, uma menina pobre e judiada pelos seus pais. Detonavam a garota com surras para amenizar as suas frustrações e fracassos.
Diariamente ela ia dependurar suas tristezas e mágoas nos galhos d'uma árvore, a qual denominou de árvore amiga.
Lá ficava por horas, chorava e contava tudo o que seus pais faziam com ela. Era uma menina educada, mas seu corpinho tinha marcas arroxeadas de tanto apanhar.
Um dia chuvoso, Julieta foi conversar com sua única amiga e lá chegando viu só um pedaço de tronco da sua "amiga árvore". Chorou tanto, olhou para os céus e pediu as nuvens que a retirasse daquele sofrimento, nisso apareceu um pequenino e lindo anjo sentado na nuvem e disse: vamos passear? Julieta sentiu uma alegria profunda, talvez nesse passeio encontraria sua amiga árvore. Subiu na nuvem com o anjo e sumiu entre as nuvens.
Seus pais chegando do trabalho e não encontrando a filha, nem o fogão em brasas ficaram raivosos. Saíram à procura da menina pelo campo afora para surrá-la e, num dado momento viram encostado num tronco serrado o corpinho de Julieta. Estava morta.
Julieta, com certeza, virou um anjinho e deve estar sorrindo de felicidade no céu.


quinta-feira, 16 de abril de 2015

Que mulher!




Veja que sensualidade nesse rosto negro de rara perfeição, onde se descortina essa pele aveludada em companhia com esse olhar que são luzes verdes brilhantes que causam loucuras a quem os veem.

Seus lábios são como sedas vermelhas que correm suavemente seu rosto, onde sua beleza sorri a vida como numa suave melodia, tal a destreza de mãos que tocam em teclas de um piano.

Tem bom gosto, usa o verde na cabeça para acentuar de vez seu olhar. É perfeita e tem uma visão longínqua, numa esperança que o amor e o sucesso venha sorrir sua vida.

É uma beleza tal a nativa que troveja perseguindo a chuva para lavar seu corpo que supondo ser perfeito como seu rosto de suspiros de amor.

Com certeza, um dia sua mão tocará o céu e trará a mais linda estrela para iluminar sua vida.
 

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Cheiro do mar



Deitada em minha cama sinto o cheiro do mar, daí vem uma dor que dilacera meu coração e sinto-me esquecida pelo tempo, pois brincava com meu amor nas ondas do mar e agora nesse caderno da vida borra uma palavra que nunca será esquecida pelo tempo: o seu adeus e minhas lágrimas doídas.
Enquanto sentir o cheiro do mar, jamais irei lhe esquecer.

 

terça-feira, 14 de abril de 2015

A chave da felicidade


 
key in hand


A chave abrirá a porta da felicidade
 Apago a sede da minha curiosidade
No infinito céu vazio do meu sonho
Tive tanto medo de levar um tombo

As nuvens davam um aceno de mão
E uma estrela no céu clareou a visão
A chave de uma curiosa ilusão resiste 
A porta aberta o devaneio é sublime

Mando chuva molhar o chão rachado
Pego enfim uma carona com o vento
Tremendo de medo jogo a chave fora

Tive trabalho para abrir a tal porta
Por detrás dela havia minha família
Na areia ensinei-lhe segredos do mar 

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Há momentos


 خدایا دوستت دارم

Há momentos de intensa calmaria que nosso pensamento voa, retrocedendo um tempo bom de criança, onde a maldade não existia e ficava, às vezes, brincando na relva no sítio do meu querido vovô.
Velhos tempos coloridos que não olvido jamais. Soltava bolinhas de sabão e quando elas estouravam, chorava. Mas algumas sumiam para os céus. Aí, a felicidade morava no meu coraçãozinho, pois na minha inocência pueril acreditava que, lá nos céus, Jesus colocava meu querer em cada uma.
Hoje, depois da corrida do tempo, apago da memória esses lindos momentos da minha infância brejeira para não sofrer.
Acordo do meu devaneio, a vida continua...


domingo, 12 de abril de 2015

Queimei meu passado




 Hoje queimei todo o meu passado
E nesse funesto casarão muito só
Repenso o meu triste desengano
Até as lágrimas secam com o fogo

Um passado cheio de vil mentiras
Traições do meu amor com vadias
Mandei-o embora e só, no casarão
Choro um amor que era só paixão

Mas nem tudo na vida é só tristeza
Vou vender nosso canto de leveza
Enxugo as lágrimas não merecidas

Hoje refiz minha vida com Gabriel
Nosso ninho tem o cheiro de amor
 No brincar das ondas, é lua de mel