Peguei na internet nada a ver com a escola
Meu Deus! Faz tanto tempo que recebi o diploma de normalista, foi suado, pois só levava o canudo para casa quem fosse muito bom, estudei numa escola famosa e gratuita: tinha que levantar muito cedo para pegar o trem para estudar n'outra cidade.O frio quebrava os nossos ossos e nem correr conseguíamos, pois nossas pernas congelavam, enfim, com muito custo chegávamos à Estação de trem.
O tique-taque do trem fazia de nós poetas e poetisas, pois debruçados nas janelas deparávamos com o alvorecer e no frio era lindo, víamos porcos, galinhas,cavalos nos pastos fazendo suas refeições e os pequenos correndo nas fazendas e sítios, retireiros ordenhando as vacas e muitas vezes a chuva chegava de mansinho, as águas dos açudes nos parecia congeladas de tanto frio.
Ah! Mas quando chegava a primavera as flores dos campos por onde o trem passava, o mais lento, chamava Maria-Fumaça e demorava mais para chegar, dando tempo de poetizarmos a primavera que vinha a toda nos encantando com o seu colorido diversificado.
No verão era uma delícia, o calor era ameno e descíamos correndo a rua da estação, parávamos numa pequena ponte onde passava um córrego, tomávamos fôlegos e subíamos até a Estação e já dentro do trem, olhando pela janela via aqueles meninos nadando nos córregos para se refrescar e nós íamos as piscinas das fazendas para nadar.( tempo bom que não olvido jamais).
No outono, os mangueiras ficavam "cheinhas" de mangas, as goiabeiras pareciam cansadas de carregar seus frutos. Tínhamos jabuticabeiras, enfim de tudo: legumes e frutas à vontade.
Éramos jovens bonitos e saudáveis, muitos deles já se foram.
Quantas reminiscências d'um tempo que ficou para trás, onde tudo que comíamos era natural, quase ninguém ficava doente e hoje com os agrotóxicos para aumentar os legumes e frutas estão nos matando vagarosamente e nossa pequena cidade está cercada de tristes e chorosos canaviais.
A nossa Estação daquele tempo