terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Uma vida intensa





Joice foi a única sobrevivente de um acidente de carro na Baixada Santista. Seu pai perdeu o controle do carro numa curva e bateu forte na proteção e, por Deus não caiu naquela ribanceira. Os pais morreram.
Era a única filha do casal, machucou um pouco nada sério e sua tia, irmã de sua mãe foi buscá-la no hospital, ela já com cinco anos perguntava pelos pais e ninguém tinha coragem de falar.
Ela foi morar na casa da tia Ana, irmã da mãe e, de repente começou a agredir a menina, achando que ela era a culpada pela morte dos pais, pois ela insistiu muito, mas eles não queriam ir à praia naquele domingo.
Ana não podia ter filhos e isso era a sua maior raiva. Vestia a menina como uma princesa e nem seu marido João percebia nada. A garota não podia falar nada.
Um dia uma vizinha desconfiou de alguma coisa, entrou na casa de Ana e se escondeu. Ana começou a chamar a sobrinha que já tremendo foi ao seu encontro. Ana amarrava uns travesseiros na menina, e tapava com um pano grosso sua boca amarrava forte para ninguém ouvir seus gritos.
A vizinha ouviu uns gemidos e correu para o quarto e a garota estava apanhando da tia. Agarrou a tia, chamou os vizinhos, ligou pra polícia e Ana foi presa e naquele tempo a pena era alta, ela pegou 25 anos de prisão.
Seu marido não acreditava no ocorrido, pegou Joice no colo e disse: nunca mais você irá apanhar, abraçou e beijou a menina. Nesse dia ela dormiu na cama abraçadinha com o pai e numa semana ela já estava no seu quarto.
Seu pai João casou-se novamente só no civil com Sílvia, já com dois filhos uma boa mulher que cuidou muito bem de Joice.
Joice era muito inteligente já estava no fim do último ano de Economia, fez concurso de numa grande empresa, depois de cinco meses estava se casando com Eduardo.
Até hoje ninguém nunca mais se falou de Ana e Eduardo era um homem bom, estudado e já trabalhava.
Ainda bem que Joice teve um final, quantos já baixaram sepultura por ciúme de uma criança.
A igreja lotada. A porta se abriu, ela entrou de branco radiante com seu pai que perto do altar a entregou a Eduardo e disse: cuida bem da minha menina.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Falando em público




Boa noite!
Meu nome é Joice, mesmo tremendo por dentro, fui sorteada para falar com vocês sobre a nossa empresa, se eu engasgar um pouquinho me perdoem, pois é a primeira vez que vejo tantos olhinhos ansiosos olhando para mim, mesmo lisonjeada, tento não tremer minhas pernas.
O motivo da reunião dessa grande empresa é parabenizá-los sem exceção, por fazer dela esse ano 10% melhor e mais conhecida no mundo. É muito para a empresa e para nós é mais um desafio alcançado desde o jardineiro que deixava a porta de entrada uma maravilha, com grama aparada, as flores tão lindas e perfumadas que mais parecia a porta de entrada para um grande espetáculo; até os diretores.
Sim, foi um grande espetáculo, um trabalho com mãos atadas umas as outras que chegamos a um sucesso  inimaginável e para compensar-nos, todos receberemos um aumento de 20% nos nossos salários já nesse mês. "Palmas". Obrigada, as palmas são para todos nós que num trabalho diferente, de formiguinha chegamos ao maior patamar de uma empresa de médio porte. Que nos aguardem as Multinacionais! Palmas e kkk.
Felicidades a todos nós,
Obrigada.
Mais palmas... 

domingo, 15 de janeiro de 2017

Grito da alma



grito


No silêncio da minha alma, de repente ouve-se um grito estridente e sofrido pelo sufoco do desprezo de Lucas. O meu amor enviou-me uma carta. Não foi homem o suficiente para ficar cara a cara comigo e me dizer. Choraria, mas não me humilharia teu amor, pois na carta disse que amava há tempos outra mulher. Que sejas feliz!
Ainda bem que estou de férias, vou avisar umas amigas e iremos passar uns dias na praia. E assim aconteceu, eu nadava muito bem e, de repente vi alguém se afogando, nadei com rapidez e o desmaiei com  um soco "daqueles", era mesmo um homem e vim empurrando para a praia. ao colocar na areia vi que era Lucas. Triste coincidência. Dei-lhe os primeiros socorros e ele voltou.
Olhou para mim, encabulado me agradeceu, aí perguntei: onde está sua namorada? Deixou-me por outro, dei um ar de riso e disse: dói a dor de cotovelo e ele respondeu: fica comigo, eu nunca deveria te abandonar e eu respondi: mesmo te amando eu não te quero mais, nunca mais.
O tempo passou, como nada é por acaso, estava caminhando no centro de São Paulo, mas precisamente na Praça da Sé, quando alguém pediu uma moeda. Como sempre fui muito caridosa entreguei em sua mão a moeda e ia saindo, mas alguma coisa fez com que eu voltasse: tirei seu boné sujo e quem era? Lucas.
Levei-o a um hotel e pedi que tomasse um banho que iria comprar uma roupa para ele. Fez a barba e voltou ser aquele Lucas que amava.
Beijei seus lábios numa fúria de saudade, saímos do hotel e o levei para sua casa, comprei um celular para ele e pedi a papai para recontratá-lo na firma. Contei toda a verdade e ele aceitou e ainda disse: O que a gente não faz por uma filha...rs
Após três dias estávamos nos casando numa igreja linda, olhei para ele e disse: nunca deixei de te amar e ele disse o mesmo.
Hoje casados com três filhos o amor apesar de estar dividido com eles , ainda nos sobra muito amor e paixão.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Tempos passados



Cimaroli

Em tempos passados vivia-se a tranquilidade, animais e pessoas se cruzavam nas pontes. Uns homens pescavam, outros namoravam nesta cidade tranquila.
Tínhamos bons vizinhos e todos moravam num lugar aconchegante de ar puro. Não havia violências, filhos aprendiam o respeito em casa com os pais, pois todos deveriam saber o que não se quer pra si, não se  quer para o outro.
Belos tempos que a história não esquece como exemplo para os terríveis dias atuais( mais hoje não se pode fazer mais nada ). Que pena!.
Havia nessa cidade, mansões para os coronéis, outras casas bonitas circundavam todo o espaço  deixado, formando assim casas ruas de terras, praça tijoladas com muitas flores, árvores e bancos artesanais e olha que ninguém roubava nada. Todos ajudavam a deixar a praça florida. Por que?
Porque na praça havia uma linda igreja, onde todos iam fazer suas orações, já naquela época havia o dízimo, do contrário não haveria melhoria na igreja e também para seus vestuários e alimentação do padre.
Todas as casas eram lindas com árvores, flores e no fundo o quintal havia uma horta e alguns pés de manga, goiaba, jabuticaba, laranja e uma tocha de cana de açúcar para dar aos cavalos.
Todos tinham animaizinhos de estimação que faziam a festa da criançada antes de ir à escola, os que não iam tomavam banho e iam dormir, pois eram os pequenos e depois iam à casa dos vizinhos.
Os homens e algumas mulheres iam trabalhar na roça para o sustento da prole que era grande e os mais velhos cuidavam dos pequenos. Quando os pais chegavam todos já haviam se banhado e o caldo de galinha pulava na panela e no forno os pães estavam quase assados.
No caldo já pronto colocava-se batatas, mandiocas, e muito pedaços de galinhas que a mãe deixava cortados, pois tinha medo que as crianças se machucavam.
Quando matavam porcos era uma farra para a criançada, faziam linguiças, cozinhavam pedaços de porcos , repartiam com os vizinhos todo o resto era colocado dentro da banha. Não havia geladeira nessa época.
À noite, as mulheres conversavam entre si sentadas em tocos  e os homens mais longe também conversavam e pitavam cigarros de palha, muitas matronas também pitavam.
Assim era a vida nesse vilarejo lindo, onde as pessoas se respeitavam umas as outras.