segunda-feira, 12 de junho de 2017

Cheiro de mato




Tu tens o cheiro do mato da manhã
                      Ele amanheceu todo orvalhado
Abraço-te e o frio parece nos congelar
Quero viver ao teu lado por toda vida

Vou levar-te o café quentinho nas manhãs
                    Carregar-te no colo até a banheira com cheiro
     No meio das espumas quero ouvir teus gemidos
 
A noite é fria aqueço-me em ti juntinho
                   O silêncio  perdura pela noite e sussurramos
Acordo, o frio trinca ossos, acarinho-me em ti

Mergulho-te dentro do teu corpo sensual
                    Minha mente transpõe a tua no teu sono
Num cheiro de mato gotejando orvalhos
   Teu cheiro de mato fresquinho no alvorecer
 

domingo, 11 de junho de 2017

Dogmatismo ingênuo





O dogmatismo ingênuo está assolando o meu Brasil, um país com pouca cultura, haja vista que com a discrepância social, a fome é saciada por uma cesta básica e idolatram o seu benfeitor, a partir daí dizem sim a tudo, até parece que estamos retroagindo aos primórdios da civilização em que o rei mandava e os súditos obedeciam. 
Nós estamos no ano de 2017 e ainda tem gente que acredita em Papai Noel. Pode? É uma vergonha, mas já encontrei o problema do povo brasileiro: ninguém é ingênuo, mas se passam para ganhar...ganhar...
Nasci pobre, adotada pelos meus tios: ele lixeiro e ela cozinheira. Ninguém dava nada pra ninguém, eu ficava a deus dará, então cuidava da horta e no outro dia, mesmo com o frio trincando os ossos minha mãe colhia e eu amarravámos todas as verduras e legumes e eu saía a vender na cidade e na volta dava o dinheiro pra minha mãe no seu trabalho, já de banho tomado e com a bolsa para ir à escola. Almoçava bem no emprego dela. 
Meu pai era lixeiro, limpava a cidade e catava sucatas, era o único que fazia isso fez sua primeira casa e depois entre compra de terreno fazia outra casa que mesmo os que se consideravam da classe média tinham.
Hoje tudo é muito fácil, é só se fazer de santinho que ganham quase de tudo da Prefeitura, eu já me "virava" desde pequena, pois minha mãe guardava o dinheiro e me comprava roupas lindas. Cresci, depois com muita inteligência, estudo e um bom visual "voei" para a capital, agora podem completar minha história.kkk

sábado, 10 de junho de 2017

Sonho adiado




Sou filha do verde
               Que desabrochou
   Sonho  com um amor
         Que virá de algum lugar
Fecho os meus os olhos
                  Para poder sonhar
 Iluminam borboletas
 Ficam juntam a mim
Abro os olhos e choro a ausência
             O amor não veio
Engoli as lágrimas
Da minha solidão
Mas sou teimosa abro os olhos
          Tenho resiliência
Tenho a esperança
Que o amor chegará
 

sexta-feira, 9 de junho de 2017

Minha cidade jazia





Deixei a cidade grande  para morar no sossego no interior e, chegando na cidade ela jazia arrastada no meio da floresta, o riacho quase secou só vi um fogão a lenha.
Sentei no chão e chorei. O que aconteceu com a minha pequena cidade? Nisso passa um velho e diz: um vento avassalador passou pela cidade, matou muitas pessoas, esse vento trouxe pedaços da cidade para a floresta. 
Eu, Jucélia morava na capital, voltei e do que vi chorei...fiquei como um zumbi dessa floresta esbugalhada.
Se muitos morreram e, dos sobreviventes que se foram, por que ficou? Fiquei na esperança de aparecer alguém para me fazer companhia, então Jucélia disse: vamos reconstruir, das cinzas nasceram o mato verde e, na umidade da água a beira de um riacho quase seco será a força para a chuva cair e assim aconteceu. Pingos grossos caíram em nossos corpos e gritei: que volte a vida nesse pedaço de cidade na floresta.
Vamos chamar nossos vizinhos das outras cidades para construir uma linda cidade e assim aconteceu.
Um mutirão chegou e a as obras simples começaram a dar vida na pequena parte na floresta, fizeram várias casinhas e até uma capela e eu andando já com o coração mais feliz. Uma chuva forte caiu, sorri, pois o rio começou a encher trazendo consigo alimentos: peixes.
De repente ouvi o canto dos pássaros, as folhas das árvores balançavam, os beija-flores batendo suas asinhas, as abelhas alvoroçadas e um pequeno vendaval saudava a mais nova cidadezinha "emergida" das cinzas e dos corações de muitas famílias.
Sentia o cheiro das flores, da chuva batendo na grama e da terra fazendo as flores se abrirem para a vida. O Sol aqueceu a terra e eu bebia o orvalho das gramas, em gratidão.
Muitos vieram morar nessa cidade, cada qual fazia sua pequena casa, reergueram a cidade morta.
Então gritei a todos: Conseguimos com luta reconstruir nossa cidade; amanhã nossos medos morrerão no ar.
Foi o que aconteceu.

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Tu queimastes meus sonhos





Tu queimastes todos os meus sonhos
Toda minha ignorância joguei no mar
De ti só tive o nada e muitas ilusões doídas
Fiquei livre d'um homem medíocre

Meu corpo ainda sente saudades de ti
Mas recolhi e guardei alguns sonhos teus
Pra recordar que vou ter novos sonhos

Sonho um amor afável e carinhoso
Até que ele não chegue sonho no ar
Sou um nada no universo, mas sei amar
 Não deixarei tu  queimares meus sonhos

Sou só mas vou  embrulhar decepções
Jogá-las no mar das  tristes desilusões
Não sufoco mais sonhos, realizo todos