segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Bruma



Nasci numa ilha onde o Sol vinha fraco, morávamos em duas famílias, a neblina doía os ossos de frio, corríamos para nos aquecer, mas não havida jeito, a bruma parecia trincar nossos ossos, então, corríamos para casa o fogão a lenha que aquecia o ambiente.
Bem agasalhados ficávamos perto do fogão a lenha, mamãe cozinhava batata doce e todas nós crianças das duas famílias comíamos e cantávamos.
Depois já aquecidos íamos brincar perto do mar. Ah! que vontade dava em nós de nadarmos, mas a água congelaria até os nossos ossos.
De repente, o Sol estava querendo dormir e tratamos de voltar para casa, mas a neblina estava forte, demos as mãos e eu que era mais arrojada fui puxando a meninada, pois sabia o caminho de cor. Quando vi uma fumaça mais forte que as brumas disse aos amigos. Sinta o cheirinho de batata doce cozida. Todos sorriram, ninguém enxergava nada íamos pelo cheiro.
A fumaça da chaminé ardia nossas narinas e olhos, abaixamos a cabeça e vagarosamente chegamos. Nossos pais já iam sair a nossa procura e ficaram felizes ao nos vermos.
Um dia, nossos pais resolveram se mudar dessa ilha de bruma, pois nem peixe podíamos pescar e quem os enxergava?
Chegamos na nova cidade bem longe da ilha de Bruma e fomos morar numa cidade quente, alugamos duas casas e os pais foram a busca de trabalho e nós fomos à escola aprender a ler e escrever. A professora era um anjo.
Que bom poder brincar nas ruas da cidade, correr nas praças arborizadas e conforme íamos crescendo, estudávamos à noite e durante o dia trabalhávamos de caixeiros nas vendas.
Fomos crescendo, mas em mim às vezes "batia" uma saudade daquele nevoeiro da ilha.
Mas esse capítulo ficou para traz....

domingo, 26 de novembro de 2017

Saudade do amor que se foi



Onde está?

Belos tempos da juventude, quando chegava para me namorar, fora as cartas perfumadas que me enviava todos os dias. Um homem novo cheio de dengos comigo, mas algo me dizia que era muito para mim uma simples e linda jovezinha estudante.
Um dia, fiquei sabendo que estava numa quermesse com uma amiga de escola e, quando chegou para me namorar te disse: volta eu não te quero mais.
Olhou para mim vi duas lágrimas caírem de seus olhos azuis, a partir daí estou a tua procura para pedir perdão pelo jeito brusco que descartei o único homem que amei na vida.
Acredito que morrerei sem ver-te pela última vez...
Por isso devemos pensar devagar para tomarmos uma decisão drástica para que a saudade não permeie  nossa vida.



sábado, 25 de novembro de 2017

Pequenos detalhes



detalhes

Poucos hoje conseguem viver tantos anos juntos com amor e saúde. O respeito faz morada em suas vidas e nenhuma "picuinha" os farão ter desavenças, pois a admiração de outros os fazem felizes.
Preferem morar numa chácara da família, muito bem cuidada,onde à tarde caminham entre flores e falam de suas belas reminiscências.
Abraçadinhos como se um ancorasse o outro sorriem a vida e agradecem a Deus pela saúde que têm.
Domingo é dia de macarronada com frango, pois todos os  filhos, noras e netos vêm visitá-los e "jogar conversa fora".
Além dos empregados habituais eles têm uma de confiança para que se algo acontecesse avisasse os filhos, mas até agora não foi preciso.
Um dia, os dois foram tomar chá, a velhinha foi deitar mais cedo durante o dia, então ele perguntou: tá tudo bem querida? Claro só vou deitar um pouquinho mais.
Passado uns quinze minutos o marido foi ao quarto e a encontrou morta, Chorou baixinho e uma dor forte apertou seu coração, subiu na cama e juntos foram para o céu.
Não é fácil pra ninguém perder seu companheiro(a), independente da idade. O tempo urge e a solidão dói, daí procuram outra companhia.
Ninguém consegue esquecer um grande amor...

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Nostalgia






A nostalgia é um pedaço de nós que fica no caminho da vida.


Nasci e com pouca idade já sinto muita dor
Já sofri a dor da fome e das chicotadas
A amargura vem me fazer companhia
E um pedaço da minha dor fica pelo caminho
Da vida sofrida, faminta e "dorida"
Cresci com a pele seca pela desnutrição
Resolvi procurar ajuda, sou pequena, mas sofrida
Saí apenas com documentos e um malote
Peguei a estrada de terra batida
Com pouca roupa que tinha de saco
Parecia não chegar a lugar algum
Tinha apenas cinco anos
Até que ouvi o barulho do carro de boi
Nele havia um casal
Onde vai menina? A lugar algum
Perdi o que não tinha: meus pais
O barraco pegou fogo e nesse dia
Meu castigo era dormir ao relento
Não conseguiam abrir a porta
Não tínhamos nenhum vizinho
Eles eram muito ruins
Deixei pelo caminho minhas lágrimas
Minha dor da carne com feridas
Eu só queria ser feliz, ir à escola
Brincar com a molecada. Éramos sós.
Suba no carro garota, será a nossa filha
Tudo acertado no cartório
Escola a minha espera,arrumadinha
Nunca contei nada a ninguém
Agora tenho mãe, pai e irmãos
Somos muito felizes
Um vento forte varreu a vida
De tristezas, agora sou feliz