A felicidade é instantes de ilusões tristes, por ser quase que inatingível e quando quer nos abandona sem ao menos nos dar nenhuma explicação. Felicidade não existe... O que existe é uma triste ilusão onde, ao percebermos o engano em que entramos, não há mais volta.
Poderei ser feliz por alguns instantes, tão raros e os outros instantes é a ilusão doída pelos maus-tratos que a vida me oferece gratuitamente, aí me questiono: isso é viver?
Daqui a pouco farei muitas pessoas no teatro rirem até se esbaforirem, são técnicas que aprendi para sobreviver, ninguém vive sem esse maldito dinheiro que até pode comprar a alma do diabo.
Sabemos de nós, mas na casa do vizinho pode ser até pior: a criança chora a fome, a mãe apanha e o diabo sorri.
Alguém precisa fazer uma revolução nessa vida sofrida, ela tem que ser igualitária entre os dois sexos, pois somos seres que vivem de ilusões, mas que elas tenham instantes de amor.
Assim vou fazer minha arte no palco, nem que seja exonerada, pois viver assim, sem nada poder ajudar... Vamos revolucionar o teatro.
"Senhores, senhoras e crianças, o que vieram aqui fazer? Assistir uma peça clássica? Pois ela não virá, pois eu sozinha, no palco, farei estarrecer de norte a sul, de leste a oeste, o quê? O amor, o respeito, o carinho com os filhos, pois se não houver isso a vida nada vale.
Abrem-se as portas, só sairão os covardes e os poucos que ficarem a felicidade brotará nos corações de todos. Ninguém saiu".
A peça terminou, a alegria pairava no ar. Pais pegavam seus filhos no colo, beijavam suas mulheres, as crianças corriam de um lado para o outro até se cansarem.
Todos voltaram para casa com outra convicção que para viver em sociedade temos que ter instantes de ilusões alegres.