CHORO

José Gomes Ferreira

                                                                                             Portugal

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Ninguém vê as minhas lágrimas, mas choro
as crianças violadas
nos muros da noite
úmidos de carne lívida
onde as rosas se desgrenham
para os cabelos dos charcos.

Ninguém vê as minhas lágrimas, mas choro
diante desta mulher que ri
com um sol de soluços na boca
— no exílio dos Rumos Decepados.

Ninguém vê as minhas lágrimas, mas choro
este sequestro de ir buscar cadáveres
ao peso dos poços
— onde já nem sequer há lodo
para as estrelas descerem
arrependidas de céu.

Ninguém vê as minhas lágrimas, mas choro
a coragem do último sorriso
para o rosto bem-amado
naquela Noite dos Muros a erguerem-se nos olhos
com as mãos ainda à procura do eterno
na carne de despir,
suada de ilusão.

Ninguém vê as minhas lágrimas, mas choro
todas as humilhações das mulheres de joelhos nos tapetes da súplica
todos os vagabundos caídos ao luar onde o sol para atirar camélias
todas as prostitutas esbofeteadas pelos esqueleto de repente dos espelhos
todas as horas da morte nos casebres em que as aranhas tecem vestidos para o sopro do
silêncio
todas as crianças com cães batidos no crispar das bocas sujas
de miséria...

Ninguém vê as minhas lágrimas, mas choro...

Mas não por mim, ouviram?
Eu não preciso de lágrimas!
Eu não quero lágrimas!

Levanto-me e proíbo as estrelas de fingir que choram por mim!

Deixem-me para aqui, seco,
senhor de insônias e de cardos,
neste ódio enternecido
de chorar em segredo pelos outros
à espera daquele Dia
em que o meu coração
estoire de amor a Terra
com as lágrimas públicas de pedra incendiada
a correrem-me nas faces
— num arrepio de Primavera
e de Catástrofe!

Não tenha vergonha de ser feliz

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Às vezes a pessoa tem vergonha

De ganhar um beijo roubado do seu amor

Por que? Tem vergonha de ser feliz?

Muitos desgraçados gostariam de ser você

Enlouqueça quando está amando

Grite bem alto pra todo mundo ouvir você

Muito sofrem por não terem um amor

Por que então não clamar ao mundo?

O tempo urge, o relógio não para

Faça loucuras, beba o amor, sorria a vida

 Eu sou amado(a), sou feliz, pois...

O amanhã é uma incógnita

Se amanhã eu morrer não vá chorar

Sorria e enaltece o amor que por ora vê em mim

Aquele sorriso triste e impiedoso não existe

Não é triste o sorriso é de tanto amar

Onde está....

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Onde está aquele olhar sem vergonha, apostando nele a conquista de uma jovem bela que caminhava num lindo shopping da bela metrópole: São Paulo.

Caminhava como uma sombra até que sem querer trombou com um lindo jovem, ela desequilibrou quase caiu, ele a segurou: seus olhares se cruzaram. Ele a convidou para tomar um suco. A jovem disse que não podia que seu ônibus em 15' sairia da rodoviária e então a convidou para levá-la até o Terminal Rodoviário.

Chegando lá a jovem ficou sabendo que o ônibus quebrou e só teria outro no outro dia, ela começou a chorar, aí ele perguntou: por que chora? Porque eu moro muito longe, não tenho onde ficar e nem como telefonar para minha mãe. Eu me chamo Renato e você? Ela respondeu Vera.

Não fique preocupada, estou de férias, você vai comigo para a minha casa, moro com mamãe, de lá você liga pra sua mãe e, amanhã nós a levaremos de carro, pois mamãe adora viajar, papai morreu há pouco tempo e eu sou o filho caçula.

Vera entrou no carro de Renato. Que carrão! Logo chegaram à sua casa, apresentou-se a mãe de Renato e uma empatia entre as duas aconteceu. Vera perguntou o nome dela e ela respondeu: Antonieta e ela perguntou o seu: Vera, ela disse carinhosamente.

Antonieta disse que logo o jantar estaria pronto, se ela quisesse tomar seu banho, ela disse que sim, então Antonieta a levou para um banheiro, Vera fechou a porta e quase desmaiou. Uma maravilha, tomou um banho de espuma na banheira e uma ducha morna, enxugou-se, colocou a melhor roupa e saiu com sua mala pequena, Antonieta a levou ao quarto de visita, onde ela iria passar a noite, colocou sua maleta e saiu para o jantar.

Vera achava que estava sonhando e os três sentados, as serviçais começaram a trazer o jantar. Nunca comeu tão bem, não comeu muito, pois era noite.

Todos foram escovar os dentes, aí sim linda, perfumada com a sogra a tiracolo foi telefonar para sua mãe. Ela achava que estava sonhando.

Renato não tirava os olhos dela, a sogra percebeu e disse que iria para o quarto dormir. Os dois foram para a sacada do apartamento, Renato olhou para ela e disse: amei você num ímpeto, pegou suas mãos, abraçou-a e a beijou.

Foram dormir cada um no seu quarto, a sogra que não era boba deu uma espiadinha e viu tudo, gostou, era uma boa moça.

Enfim, no outro dia rumaram para a cidade Vera, a mãe ficou contente abraçou os visitantes, entraram e começaram a conversar. A mãe de Vera se chamava Rute.

Então o namorado pediu permissão para se casar com sua filha. D. Rute respondeu: nós queremos a felicidade de Vera, sinto pois ela queria tanto estudar numa Faculdade, então Renato respondeu: ela fará em São Paulo.

O casamento aconteceu, foi lindo e, depois de dois anos nasce a tão sonhada Laura, a filha do casal que veio trazer alegria aos avós. Vera quis morar com a sogra.

Terminou a Faculdade, teve mais dois filhos e a casa ficou alegre para Antonieta, a solidão foi embora e a tarde quando acordava da soneca, os netinhos estavam todos dormindo com ela. Era aquela folia ao acordarem.

Renato e Vera se amavam, ele não abandonou sua mãe e sempre que podiam iam para o interior visitar D. Rute que estava saudosa das três netas. Enfim, de todos.

Onde há união o amor floresce...

 

 

Fascinação

 mother underwater baby

Uma mãe que ama não abandona

Protege o seu filho querido

Ensina os prazeres  da vida feliz

Pena que o bebê cresce

Vai curtindo as brincadeiras

Leva seu bebê onde vai

Se mamãe vai as compras chora

Você estava dormindo

Abraça seu filho com carinho

Ele sorri pra sua mãe

Ai que delícia ter o meu bebê

Alegra a casa e o coração

Esquece a mamãe que ele cresce

Quer passear com amigos

Nem liga mais para sua mamãe

Pronto já o perdeu

Somos todos iguais crescemos e mãe é 2º plano