Desde o começo da nossa história a grande
propriedade rural - o latifundiário - dominou a política nordestina. O
latifundiário, chamado de "coronel", mandava e desmandava dentro de
suas terras e também nas cidades próximas. As câmaras Municipais, onde se reuniam
os vereadores da cidade eram formadas por "homens bons", ou seja, os
proprietários de terras. Os prefeitos sempre foram os latifundiários ou seus familiares. Os governadores sempre foram escolhidos entre a elite dos
"coronéis".
Na zona da Mata, os grandes proprietários são
usineiros, ligados à economia canavieira. No sertão, os latifundiários são os
donos de fazendas de gado e de algodão. Em muitos estados do Nordeste esses
dois grupos revezaram-se por muito tempo no poder. Entre essas elites, a do litoral
e a do interior, sempre ocorreram conflitos, brigas e disputas políticas para
decidir quem mandaria no estado..
Ainda hoje existe essa disputa. Nos municípios
do interior, normalmente, duas ou três famílias de grandes latifundiários
concorrem às eleições para a prefeitura. Quando chega a hora das eleições para
governador cada uma dessa famílias apoia um candidato ao governo de estado.Nas
eleições os "coronéis" garantem votos para os seus candidatos
preferido usando o velho sistema do voto de cabresto.
O que é isso?
O voto de cabresto é o controle dos votos da
população pobre de uma área pelo "coronel" do lugar. O
"coronel" organiza o transporte dos eleitores, em caminhões. Eles
recebem comida e sacos de arroz e feijão para levarem para casa; às vezes ganham
também roupas e sapatos. Quando entram na fila do voto recebem mais um
"presente": uma cédula de voto já preenchida, com a cruzinha no
quadradinho correspondente ao candidato do "coronel". Assim só
precisam pôr a cédula na urna e assinar a lista de votação. Pronto: foi trocado
um voto por um punhado de comida e algumas roupas! Isso é proibido pela
legislação, mas ainda ocorre em localidades do interior.
O voto de cabresto faz uma mágica:
transforma o poder econômico em poder político. Com ele, os donos da terra
continuam sempre os donos do governo.
FONTE: A nova Geografia, escrita por Demétrio
Magnoli e Reinaldo Scalzaretto.
Editora Moderna Ltda. 1996.
Hoje se quiserem saber se da para obter voto cabresto nas urnas eletrônicas entre:
É mesmo uma tremenda sacanagem amiga... mas da justiça de Deus ninguém escapará!
ResponderExcluirBeijão e um dia abençoado !!
Mariangela
Um lindo texto,nos explicando o que seja o voto cabresto.
ResponderExcluirE acho que ainda existem muitos por ai...
bjs Dorli
Carmen Lúcia.,
Como sempre, um texto fantástico, e ,muito importante
ResponderExcluirTenha um dia feliz
Beijo
http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/
oi Dorli
ResponderExcluirO pior deste tipo de voto é a pressão psicológica que ele exerce, uma manipulação sem fim.
bjokas =)
Bom dia minha querida Dorli..
ResponderExcluiré tanto papo furado vindo desses politicos que me tapa de nojo ter de sair de casa com aquele titulo e obrigado ainda por cima né..
dificil eu votar nesses pregos..
vou ver se acho algum que tenha 5 por cento de presteza rsrs
pq a maioria é como moeda de 5 centavos.. não vale nada rsrs bjs e até sempre
Dorli, hoje será difícil usar o voto "cabresto", devido ao controle eletrónico e dos partidos. No entanto, sempre haverá controleiros a criar clientelas políticas. Isto á julgar pelo que se passa aqui. Ai no nordeste por maioria de razão.
ResponderExcluirBeijos
Amiga Dorli, li e recordei dos ensinos escolares, aprendemos isso nas escolas tempos atrás, acho que hoje nem sequer tocam no assunto!
ResponderExcluirÉ uma pena que seja assim em alguns ou muitos lugares do interior, pois pessoas não vendem votos porque querem muitas o fazem por necessidade mesmo, ou por ignorância, sem educação não se pode dizer que temos um povo que sabe o que faz né mesmo?
Os políticos desse pais,se há alguns que prestam, podemos contar nos dedos de uma das mãos no máximo, que pena que é assim, não é à toa que muitos querem "virar políticos", muitos deles nem sabem ler!
Abraços amiga Dorli!
Dorli, se as pessoas tivessem como viver com dignidade esse tipo de voto não existiria. Mesmo com a urna eletronica hoje em dia eles devem vigiar esses votos,infelizmente! bjs,
ResponderExcluirVoto cabresto, não conhecia o termo mas explicou muito bem...
ResponderExcluirBJs
Situações gritantes em que os coronéis se apropriam das próprias pessoas reduzindo-as a coisas suas. Depois de eleitos desprezam-nas e maltratam-nas como já estão a fazer por cá. Têm até o desplante de procurar pessoas bem parecidas para formar governos, coligações para continuarem a viver na boa quando o povo passa fome...
ResponderExcluirOi, Dorli
ResponderExcluirQue bom poder vir aqui e comentar!
Não conhecia o termo de "voto cabresto", mas o método sim...
Em Portugal isso não se faz "às claras", ou seja... ainda se faz, mas disfarçadamente. Mas há uns anos atrás era exactamente como você tão bem descreve.
Gostei imenso de te ler. Continue a publicar textos assim... adoro!
Continuação de boa semana.
Um beijo muito amigo
Miguel
Ainda não tive tempo de mandar email, mas não está esquecido... -:)
Oi Dorli
ResponderExcluirA letra da canção, lá no meu blog, é mais ou menos isto:
"Em Setembro
Quando os barcos se veem
E a praia agita sob a sua sombra
Época do bronze da queda
Em Setembo
podemos realmente viver"
Esta semana estamos com dias excelentes de praia! melhores que no Verão, e pouca gente claro...
Bjs