O vazio da solidão

 

 

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Não há nada mais deprimente do que a solidão, ninguém para amar, um papagaio para repetir minhas palavras de dor, de solidão e de amargor.

Não sei quem eu sou, o que aconteceu comigo, estou molhado, com fome e o que irei fazer? Ah! Estou recordando: onde está meu carro? 

Fiquei esperançoso por ter um papagaio que fala comigo, mas foi uma triste ilusão, logo bateu asas e voou para bem longe, onde minhas vistas não puderam vê-lo. Por que?

Desci as pedras e consegui pegar um peixe, matei-o, limpei-o bem e comi - a praia estava deserta. Embriaguei-me no meu próprio medo da noite.

Já era quase noite, desci as pedras e consegui pegar outro peixe, limpei-o bem e comi, mas parecia um banquete. Agora mais forte saí à procura dos restos do avião de pequeno porte, onde uma forte ventania o rodopiou  e caiu perto da praia.

Dou graças a Deus por estar vivo, nisso vejo minha filha gritando...será que estou sonhando? Papai, papai não é sonho e me abraçou forte e me disse: eu amo você papai.

Dou graças a Deus por estar só e vivo, nisso vejo a filha gritando: papai, papai, nós encontramos o avião destroçado e nada do senhor lá, Graças a Deus.

Abracei e beijei minhas filhas que estavam à minha procura e a pequena com a sua linda boneca de pano, deixei espaço pra mamãe beijar e abraçar papai. Voltamos com o helicóptero do vizinho, e mamãe abraçadinha com papai todos chegamos à São Paulo e, com minha linda pequena boneca nos braços fomos festejar com um gostoso jantar num  restaurante aconchegante.

Deus estava ao nosso lado, pois poupou papai da morte para a nossa felicidade.

Pegamos um outro avião do vizinho e retornamos para São Paulo e, depois de um gostoso banho fomos festejar com um jantar num restaurante.

Aí então mamãe disse: não era Crusoé como aguentou tanto tempo? Outros tempos...