É noite e na escuridão d'uma floresta densa me encontro
O meu espectro está perdido vagando entre o gorjeio
Dos pássaros, do coaxar dos sapos e o assobio das serpentes
Às vezes chove e a chuva miúda que cai no chão forma charcos
O barulho das folhas quando bate a chuva me estremece
Sinto meu corpo esfriar, meu rosto molhar e nada de medo
A noite está fria, meus pés congelados, mas não tenho fome
Pois sou o fantasma da noite, o guardião dos habitantes da floresta
Não tenho asas, caminho no chão entre os galhos encharcados
Meus pés calejados, meu corpo gelado e coração aquecido
Pois posso sentir toda beleza dessa natureza que não tem fim
Sinto o perfume da terra, das folhas molhadas e velo o
sono dos animais
Está chegando o alvorecer e rapidamente saio da floresta
É hora do meu merecido repouso matinal, mas amanhã
Por volta do pôr do sol estarei novamente a serviço
Dessa linda floresta à ouvir todos os seus lindos murmúrios