terça-feira, 19 de março de 2013

Flores do Campo-( reeditando)



Donald Zolin

Há muitos e muitos anos quando criança
Quando as belas flores do campo
Tinham seus perfumes naturais
E muitas gotículas de orvalho
Lá ia eu apreciá-las e cheirá-las

A cidade era bem pequenina
Nos seus arredores e baixadas, só flores
De todos os tipos e tamanho a me encantar
Vocês jovens, jamais virão
Tamanha maravilha natural

Após alguns dias estava eu lá novamente
E com dor no coração vi uma flor morta
Apanhei-a com carinho e na minha inocência
Quis plantá-la num lindo vaso e cuidar

Na esperança que ela ressuscitasse
Quantas ilusões se perderam no tempo
Hoje, não vejo mais tamanha beleza
Pois as maravilhosas flores do campo
Aqui já não existem mais


Dorli Silva Ramos
Foi feita em 2010 e tem mais de 9000 visualizações



( Incógnita )




Hoje eu vou chutar o balde, estou com a corda no pescoço, agora a cobra vai fumar, pois só hoje caiu a ficha, ganhei um cavalo na rifa, mas era um cavalo de pau. Há! Não vou cair de amor, mas tem o xis da questão: estou na corda bamba, antenado, pois aquele cara de pau do meu amigo, na hora h, me passou a perna, não obstante puxou também  meu tapete, agora quem paga o pato sou eu.
Ele pisou na bola comigo, agora aquele figural vai se danar, comigo ele tem que andar na linha, nem venha me encher de linguiça, agora vai pendurar a chuteira, dando milho aos pombos.
Passou um garoto assustado com o inusitado, "essa é de matar", levou um sopapo: você não sabe que a curiosidade matou o gato?

Sou literal??
Fiz uma brincadeirinha com muitas palavras conotativas

Dorli Silva Ramos

segunda-feira, 18 de março de 2013

Ausência de ti




Nos deliciamos de prazeres da vida
Penso em ti há meses dia e noite
Nos teus beijos 
Beijos molhados quentes de paixão

Mãos atrevidas à deslizar meu corpo
Onde rolávamos na grama molhada
Urgindo nossos loucos delírios
Nosso amor era único e explosivo

Lua e estrelas no céu sorriam
Tu me pegavas no colo me cheirava
Cheiro de mulher ardente e louca
Hoje só, partiste e estou a te esperar

Nunca mais voltaste ao nosso ninho
Onde comungávamos de loucuras mil
Ao pôr do sol ficava a te esperar
No alvorecer choro os teus carinhos

Olho o céu e chuva começa a cair
Vou molhar meu corpo quente
Sufocar a vontade de ti
Dormir na relva gelada e molhada

Com minhas lágrimas sofridas
Sinto teu cheiro de homem sedutor
Um tremor frenético me acordou
Voltaste
Nos deslizamos em prazeres


Dorli Silva Ramos

Ah! Que saudade do meu país! (miniconto)




Quando me lembro de ter deixado meu país por força maior, me da uma tristeza danada, pois lá nunca tinha colocado os pés na terra. A cidade era rodeada de água por todos os lados, não havia acidentes de carros, eles inexistiam lá, só pequenas embarcações para transitarmos ao mercado, à igreja, as festas e à noite ao lindo teatro. Não perdia nenhuma peça e dávamos, eu e meu marido, uma esticada até o conservatório musical.
Quanta beleza e delicadeza tinha minha cidade! Nossa casa era linda, de muito bom gosto e sentados na sala podíamos ver os raios solares baterem na água e refletir todo nosso ambiente.Aquele brilho natural não tinha preço, era inigualável e carismático.
Na minha cidade todos tinham bom gosto com os móveis, com as roupas e, aos domingos as balsas trafegavam uma pertinho da outra, todos queriam ir à igreja, onde íamos agradecer a Deus por tanta felicidade.
Como será que está a minha cidade, o empecilho passou e iremos voltar ao nosso lar que ficou todo lacrado na hora da rápida partida. Nem quero pensar o que encontrar lá...
Peço a Deus que ele tenha preservado nossa sala, onde o sol, através da água, refletia seus raios solares.
Ah! Essa saudade que mata, só não matou nossa esperança de voltar. Adeus a todos...


Dorli da Silva Ramos