As borboletas foram as angústias
Acumuladas dentro do meu peito
Foram tantas que perdi as contas
Sufocando o meu coração adentro
Perdi para outro a minha mulher
Casei com a bebida, dura vida só
A tropeçar por uma rua qualquer
A rastejar nas esquinas a fazer dó
Passou por mim um pobre garoto
Gritou forte: solte suas borboletas
Bati minha vergonha no meu peito
E soltei todas as minhas angústias
Entrando num hotel o menino riu
Disse: soltou borboletas ao vento?
Reconheci das calçadas e me previu
Ele fez da minha vã vida, um alento