quinta-feira, 18 de abril de 2019

Limerique 8




Menina moça observa a natureza
Queria ela poder sentir-se amada
Largou a"bike" deleitou o sonho
Nua rolou o seu corpo em banho
N' águas sentiu o frio da cascata

quarta-feira, 17 de abril de 2019

O INÚTIL LUAR



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É noite. A Lua, ardente e terna,
Verte na solidão sombria
A sua imensa, a sua eterna
Melancolia...

Dormem as sombras na alameda
Ao longo do ermo Piabanha.
E dele um ruído vem de seda
Que se amarfanha...

No largo, sob os jambolanos,
Procuro a sombra embalsamada.
(Noite, consolo dos humanos!
De sua infância.

Ei-lo que saca de um papel...
Dobra-o direito, ajusta as pontas,
E pensativo, a olhar o anel,
Faz umas contas...

Com outro moço que se cala,
Fala um de compleição raquítica.
Presto atenção ao que ele fala:
É, de política.

Adiante uma senhora magra,
Em ampla charpa que a modela,
Lembra uma estátua de Tanagra
E, junto dela,

Outra a entretém, a conversar:
- "Mamãe não avisou que vinha.
Se ela vier, mando matar
Uma galinha"

E embalde a Lua, ardente e terna,
Verte na solidão sombria
A sua imensa,, a sua eterna
Melancolia...

Manuel Bandeira (Melhores Poemas)

global
editora


terça-feira, 16 de abril de 2019

Uma história de vida



pais com filhos pequenos


 Quando a morte visita uma família ela não importa se vai deixar um pequenino só com o papai, onde a saudade dói e seu bebê adormece no seu ombro. Fala baixinho: "Sabe filho quando você chegou sua mãe foi embora para o céu, não sabia se chorava a sua falta, ou me sentia mal nascido".
Vovó cuidava de você até papai chegar do trabalho e com você já mais crescidinho brincávamos muito, fazia uma algazarra na hora do banho, depois de bem trocadinho sugava uma gostosa mamadeira e o embalava no meu ombro onde sorrindo adormecia.
Você foi crescendo lindo, tinha os olhos azuis da mamãe e ao olhar seus olhos não conseguia segurar as lágrimas que caíam dos meus olhos e, para disfarçar caímos na brincadeira no tapete da sala onde a farra fazia presença e, já cansado dava-lhe um "bainho" gostoso, mamadeira já com seus dois anos  um dia perguntou-lhe da sua mamãe, aí a dor foi uma hora triste ao dizer que mamãe tinha morrido e ele na sua ingenuidade falou: "aluma outa mamãe pa mim". Foi nesse instante que a dor da perda ardia minha garganta de saudade dela.
Pronto: fez três anos e foi para uma escolinha e na entrevista uma jovem linda e meiga veio abraçar meu filho, ele a adorou e disse: "quelo uma mamãe, qué sê mia mamãe?" Devo ter ficado vermelho, roxo, sei lá e, ela sorriu pra mim e no final do ano já estávamos nos casando.
O casamento foi lindo! Henrique já com seus quatro anos todo de branco levava na cestinha as alianças chegando no altar as entregou ao padre e foi ficar com vovó.
O casamento, a festa também, ele corria pra lá e pra cá, beijava sua nova mamãe que retribuía com carinho. Não viajaram em "lua de mel". 
Ela era estéril e não se importava, pois já tinha Henrique, o seu filho do coração e a vida do casal continuou feliz, Henrique a chamava de mamãe para a alegria de Estela que foi sua professorinha e hoje sua mãe.
Todas as férias iam passear juntos para conhecer um pedacinho turístico do nosso Brasil.

segunda-feira, 15 de abril de 2019

Rui Barbosa e o ladrão de patos



Uma questão posta pela Fundação de Apoio a Pesquisa,Ensino e Assistência (FUNRIO) na prova de conhecimentos básicos para o cargo de Analista Judiciário do INSS, aplicada neste final de semana (13), fez com alguns concorrentes sorrissem por alguns segundos antes de partissem para as respostas.
Uma das estratégias do humor é, sem dúvida, a quebra da expectativa de desenvolvimento numa sequência de fatos.
Dentro desse quadro, circula na Internet a seguinte historieta, cuja veracidade é bastante discutível.
.Diz a lenda que Rui Barbosa, ao chegar em casa, ouviu um barulho estranho vindo do seu quintal. Chegando lá, constatou haver um ladrão tentando levar seus patos de criação. Aproximou-se vagarosamente do indivíduo e, surpreendendo- o, quando este tentava pular o muro com os patos, disse-lhe:
.– Oh, bucéfalo anácrono! Não o interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes, mas, sim, pelo ato vil e sorrateiro de profanares o recôndito da minha habitação, levando meus
ovíparos à sorrelfa e à socapa. Se fazes isso por necessidade, transijo; mas se é para zombares da minha elevada prosopopeia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei, com minha bengala fosfórica, bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à quinquagésima potência que o vulgo denomina nada.
.E o ladrão, confuso, diz:
.– Dotô, resumino, eu levo ou deixo os pato?
Agência Texto final de Notícias/Ilustração Damásio Kennedy de Amorim