O campo no traz uma paz indescritível, acordo respiro o alvorecer no campo. Que delícia! Quando vem com a neblina gelada e, antes de fazer o desjejum bebo das gotículas das plantas que pra mim é meu alimento da alma.
Entro na minha casinha do campo, sento perto do fogão a lenha esperando acabar o choro dos biscoitos de polvilho que mamãe coloca no forno, no bule um café quentinho e o leite fervente que papai bem cedinho ia ordenhar a vaca.
Todo o alimento praticamente é tirado da terra e animais: ovos das galinhas poedeiras, leite, muitas vezes roscas e pão caseiro recheado com linguiças de porco. (Hum que delícia !). Fazia biscoitos de polvilho. Éramos todos fortes e saudáveis, mas mamãe sempre cuidou bem dos seus filhos, dia de vacinação íamos a cidade e aproveitávamos para comprar fazendas para costurar nossas roupas
Bem, como nem tudo são flores, enquanto mamãe ficava em casa para cuidar dela e fazer o almoço, nós íamos cuidar do sítio: papai meus irmãos aparavam a terra e nós jovens cuidávamos da horta, dela tirávamos a verduras e legumes e pegávamos os ovos do galinheiro, levávamos pra mamãe dois frangos e rapidamente chegávamos em casa.
Voltávamos ao pequeno sítio para ajudar nossos irmão no que fosse preciso, dava fome, então, colhíamos goiabas, nossos irmãos subiam no pé de manga e dizia: pega! Cada um de nós ganhávamos uma manga. Lavávamos num riacho de águas cristalinas, fazíamos nosso desjejum e mãos a obra. Chegávamos em casa para o almoço ao meio dia. Ai que fome e aquele cheirinho gostoso de chouriço dava água na boca. Uma das nossas irmã ficava com mamãe para cuidar dos afazeres da casa.
Vocês jovens das cidades não conhecem o prazer que temos de viver no campo: depois do banho de chuveiro que caía dentro de uma banheira, jantávamos aquela sopa de feijão com legumes e macarrão e à noite comíamos pinhão que mamãe deixava cozinhar numa panela de ferro desde o meio dia.
À noite papai pegava seu radinho ficava na varanda da casa tocando moda de viola, como era lindo ouvi-lo tocar e cantar músicas sertanejas.
Aos domingos papai levantava cedinho tratava dos porcos, do galinheiro, molhava a horta e íamos pra cidade de carroça levando muitas coisas para vender nas vendas da cidade, levávamos também: ovos, franguinhos já limpos, legumes e frutas e lá almoçávamos e jantávamos.
À noite íamos todos a missa depois passear no jardim onde encontrávamos o amor das nossas vidas, casávamos, morávamos todos nesse lindo sítio e as crianças iam nascendo com saúde.
As crianças iam na época certa tomar as vacinas necessária e aproveitávamos para chupar picolé e comprar algumas "fazendas" para vovó costura para toda a família.
As crianças iam à escola na fazenda até o 3º ano e no quarto, vovó as levavam de carroça até a escola.
Nos formamos uma médica, um farmacêutico e três professoras primárias e, quando formadas tinha prioridade de escolher a fazenda mais perto para lecionar.
Belo tempo que não olvido jamais, onde o homem era honesto e ninguém roubava nenhuma galinha dos sítios e fazendas.