segunda-feira, 8 de abril de 2013

Outono e inverno




Sinto uma tristeza enorme
Quando chega o outono
As folhas secas caem no chão
Assim como as esperanças

Rosas ao me ver chorando
Não aguentando minha imensa dor
 Murcham e caem por terra
Só para não ver meu sofrimento

As borboletas vêm avisar
Que logo o inverno irá chegar
Com ele virá um amor
Para aquecer o triste coração

Volto para casa com esperanças
Não demorou muito tempo
 O inverno bateu a minha janela
Meu peito se alegrou de emoção

Passeando onde as rosas morreram
Vi linda rosa sorrir para mim
Uma pétala cai no chão gelado
Alguém a pegou para mim

 Olhar era sereno e esverdeado
Senti o seu cheiro de amor
Beijou meus lábios com ternura
Ali nasceu um grande amor


Dorli Silva Ramos

Vale a pena sonhar!!



Sonhar faz bem ao espírito
Quando o sonho é realizável
Nunca sonhe com o impossível
Para não machucar o coração

 O irrealizável é só na imaginação
Conversar com as estrelas
Beijar fadas com asas coloridas
Voando seus lindos sonhos

Se sonha em ser um ótimo médico
Tem estudar até o seu limite
A exaustão tem que ser dobrada
Para ser o melhor dos médicos

Se quer ser apenas um boêmio
A sua escola é o bar e o violão
Sua casa será a rua deserta
Seu colchão um banco qualquer

Dorli Silva Ramos

domingo, 7 de abril de 2013

Para minha amiga



Você nasceu para brilhar
Mais do que estrelas no céu
Brilhe a sua alegria de viver
Brilhe seu talento 

Pois como diz o tópico acima 
Quem tem luz própria incomoda
Quem está no escuro
Da sua própria ignorância

Quando você aparece
Os dias são intermináveis
Da sua boca saem doçuras
Que aquecem meus dias

Você é linda por fora
E por dentro incomparável
Fez meu viver mais feliz
Obrigada por existir

É para cada amiga que consegui na Internet
Um buquê de rosas 

Dorli Silva Ramos

sábado, 6 de abril de 2013

Olhando meu interior



Hoje quero parar de sonhar o impossível, entrar dentro do meu eu e, com os olhos bem atentos conseguir nadar nas minhas artérias até chegar ao meu coração, pois ele está machucado por um amor malvado que sem piedade me disse adeus.Passar um remédio na ferida e seguir viagem até meu cérebro e conversar com ele, dizer-lhe que tenha mais equilíbrio nas suas emoções para eu não sofrer.
Quero entrar dentro dos meus neurônios, separar os bons e aprofundá-los na grandeza de saber amar como a simplicidade do sorriso d'uma criança, procurar entender mais as intenções de meus amigos e inimigos e, a partir daí, achar um caminho mais equilibrado para poder conviver comigo mesma e com os outros com  mais prazer. Prazer de poder sentir uma saudade gostosa, de uma data inesquecível e saborear o amor até a sua última gota de sangue.
Não estou procurando a perfeição e sim um modo mas simples de dizer que gosto de estar aqui, madrugada adentro escrevendo minhas alucinações, meus devaneios, minha enorme vontade de achar um anjo que distribua dignidade e amor fraterno aos homens de corações acorrentados pelo desamor d'uma vida de sofrimentos e que encontrem forças dentro em si mesmos num turbilhão de paciência e boa vontade para poderem almejar a alegria e tempo para um simples bate papo ou até ajudarem a tomar uma decisão na vida sofrida de um irmão.
Sei que é um sonho impossível e cá fora a luta para almejar o mínimo de amor que iguale nossos irmãos a um só sonho é quase uma utopia: vida digna para todos e mais amor no coração.


Dorli Silva Ramos

Blogagem coletiva - Dois anos




  Eu sou Joice, batalhadora, nasci numa favela do Rio de Janeiro e todos os dias na chegada do pôr do sol, desço o morro para trabalhar numa boate no centro da cidade como garçonete.
 Nunca tive nenhuma pretensão de ser prostituta, pois queria ganhar dinheiro, guardá-lo para fazer um curso de teatro que iria começar em poucos meses.
  Meus pais dobraram seus serviços na banca de peixe na feira para me ajudar no curso.
 Uma noite, servindo as mesas como de costume, um homem desconhecido pediu-me um copo de vodka e prontamente fui satisfazer seu desejo, chegando perto da mesa disse: senta. Sentar por que perguntei, meu trabalho é apenas servir bebidas e petiscos. O homem sorriu e pediu-me: por favor sente só um pouquinho preciso falar-lhe. Então sentei.
 Conversando comigo com muito respeito disse que precisava de uma atriz protagonista para atuar em seu teatro itinerante de uma temporada por dois anos pelo mundo e ela tinha todas as características para a vaga.
 Disse da minha situação e a economia que estava fazendo para um curso de teatro. Ele mui gentilmente pagou meu curso de teatro à descontar no meu salário como atriz. 
 Agora, depois do curso, estou pronta para atuar no Teatro Itinerante.
 A peça do teatro era: "Descendo o Morro", peça essa que ganhou fama mundial, graças a minha força de vontade, a economia de meus pais e o empréstimo do dono do teatro, Henrique, já na sua meia idade, em dois anos tornei-me protagonista mais requisitada desse teatro e nesse ínterim conheci quase o mundo todo em dois anos. Foram dois anos de muito sucesso que tive como atriz de teatro. Espero ter sucesso em outras peças por muitos dois anos da minha vida.
 Só algo deixou-me intrigada: por que Henrique procurou a mim? Vim a saber pela minha mãe que já fazia dois anos que ele queria me conhecer, era sua filha, mas minha mãe escondia o endereço de medo que me fizesse algum mal.
 No outro dia cheguei perto de Henrique e disse: 
 -Por que me procurava por tanto tempo? Ele respondeu: 
 -Porque há dois anos fiquei sabendo que tinha uma filha  que morava no alto do morro.
 Abracei e beijei meu pai e com toda a convicção lhe disse: 
 -Pai, os melhores dois anos da minha vida passei em sua companhia no teatro, pois foi nele que me realizei como atriz e conheci uma pessoa genial: você, meu pai.





Dorli Silva Ramos


Minha participação na BC- Dois anos " Escritos Lisérgicos"
( Christian Van Louis)
http://escritoslisergicos.blogspot.com.br