Estando
cansada da rotina do dia a dia de uma simples dona de casa, resolvi fazer uma
viagem sem destino certo. Entrei numa mala com alguns pertences e dinheiro e,
meu marido fechou-a, claro fez uns buraquinhos para entrar o ar e me despachou
num trem.
Meio
sonolenta, ouvia ao longe o apito do trem, desci peguei um ônibus cheio e,
espremida entre as pessoas, desci no próximo ponto. Andei, andei...sem destino;
De repente vi uma linda floresta colorida de cores cintilantes. Parei e entrei:
Que maravilha! Nessa floresta, as pessoas cobriam só suas vergonhas, mas tinham
uma beleza estonteante e um perfume inebriante.
Elas
conversavam entre si e pareciam não me ver, tentei falar e não houve resposta.
então, perguntei-me: que lugar é esse que ninguém conversa comigo? Adentrei mais um pouco as flores sorriam entre elas, as várzeas choravam meus pés, as árvores
que antes belas, começaram a amarelar e nem era outono. Os rios cheios de águas
espumantes e peixes felizes à pular a queda d'água do rio para se acasalarem, nem deram
bola pra mim.
Um
mundo encantado só para eles, eu não fazia parte dessa maravilha e triste,
sentei-me numa pedra e comecei a chorar, foi quando ouvi alguém me chacoalhar e
gritar: Acorda meu amor, hoje você perdeu a hora, o que aconteceu?
Abracei
meu marido, beijei-o com ternura e lhe disse: Que mulher feliz eu sou!
Dorli Silva Ramos