quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Metonímia x acróstico: Meu pai




                        
                                            



M ãos calejadas, suadas, honradas,
A tadas a família, a Deus e ao trabalho,
R espeitadas, doadas, emprestadas,
T imbradas na honestidade e na
I ncansável batalha,
M arcadas, cansadas,

 R abiscadas pelas fendas da idade 
E mpobrecidas por falta de atividade,
I gnoradas por algumas autoridades
T itubeadas pelo tempo,
A marguradas pela perda do seu amor, 
N ão suportaram
O flagelo da solidão, faleceram.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Prosa poética - Tô chegando


Mãe, tô chegando
Prepara o leitinho
Que o túnel é estreito
Vou ficar cansadinho
Uai, cadê o meu banho?
Mas fiquei cheirosinha
Tão discutindo por quê?
Ah! Agora podem prosear
Tô mamando. Que gostosura!
Oh! Mamãe, adoro os carinhos
Quem não está gostando é Pedro
Disseram que é meu único irmãozinho
Mamãe chama Pedro...franziu a testa
Me aguarda, quando crescer
Não irá franzir a testa, sumirá
Pois não me olhou direito
Quem vai apanhar?
Eu, é que não
Você, é que sim
rsrsrs

 

sábado, 14 de novembro de 2015

Poesia Concreta: declaração de amor


amor

Uma rosa para o meu amor, juro amá-la todos os dias, acordá-la com o carinho no alvorecer. 
Tomarmos um banho de espuma a dois, beberei dos seus beijos e enquanto eu viver serei fiel e a amarei para sempre. Farei da sua vida a minha, mas nunca me engane.
 J
 A
 M
 A
 I
 S

o

  E
    N
      G
         A
            N
               A
                  R
                     E
                       I S S O  P O R Q U E  O  A M O        

                                                  meus 
        

Canto do sertão

                                                 
                   I        
O pôr do sol aparece feliz          
Cá no meu querido sertão
Sorrindo, o sono refresca
Minh'alma à espera da noite
                  II                    
Violeiros entoam uma música
Cansados mas esperançosos
Que a chuva forme charcos
 No seu amado e querido sertão
                      III
 Na querida terra do seu Rincão
A moda de viola voeja pássaros
Que encantam o céu avermelhado
E a sinfonia de sons, chora violões
                      IV
Meu sertão seria belo se a chuva caísse
Do chão rachado não nasce nenhuma flor
Parece que este pedaço de chão.............
Nunca foi de ninguém, chora, o sertanejo


terça-feira, 10 de novembro de 2015

Haikai

                                                                                     


       À você
          Meu filhinho 


domingo, 8 de novembro de 2015

Destino cruel


marionetes

O destino é cruel / não manda recado / Faz de nós marionetes / De uma vida sofrida / Mata o amor em nós / Viramos um saco vazio / Com muitos buracos / As alegrias são escassas / Os sofrimentos são doídos / Bons momentos são poucos / Quase ninguém mais sorri / Tá difícil até rastejarmos / Num mundo tão lindo / Onde a força do mar / Com suas ondas gigantes / Engole pessoas distraídas / E crianças inocentes / O humano é muito cruel / Se ficarmos na distração / Dá-nos uma bela rasteira / Que jamais nos levantaremos.


sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Pela janela do meu quarto



Todos os os dias quando o Sol acorda, abro as cortinas da janela do meu quarto e só vejo umas rosas olhando para mim, nenhum carro, a casa do outro lado está vazia. Não vejo a vida passar.
Que lugar é esse que papai escolheu para morarmos, não saio às ruas, não tenho amiguinhos, nada acontece.
Às vezes me pergunto será que já morri? Ou papai está fugindo de alguma coisa? Mamãe e papai pouco falam comigo e eles não me deixam sair.
Cinco vezes por semana chega aqui uma velha taciturna com uns livros debaixo do braço: sentamos numas cadeiras perto da mesa e me ensinava português, matemática e latim. Por que não ciências, história e geografia? Talvez quisessem a minha alienação.
O nome da cidade era cidade Nua. Ainda não entendia o significado dessa palavra, foi quando minha professora foi ao banheiro, peguei rapidamente um pequeno dicionário e fiquei sabendo o significado de nua.
No outro dia, de madrugada, sabia onde meu pai guardava as chaves da casa, fiz uma trouxinha de roupa, abri a porta, a tranquei e joguei as chaves perto da roseira.
A roseira parecia sair. Caminhei muito, eis que de repente para um carro com um casal jovem e pediu que eu entrasse e ele saiu em disparada, então perguntei: por que corre tanto? Para que os espíritos dos seus pais já mortos não a alcancem, foi aí que percebi o cativeiro.
Depois de alguns dias, o casal que não tinha filhos com a papelada nas mãos disse: agora você já é nossa filha querida. Corri abraçá-los.


quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Rabiscos de amor



Entre cochilos e escritos
Vou rabiscando teu rosto
O sono me leva ao infinito
Meus escritos em negritos

Mas ele lindo, sai finalmente
Olhos azuis pele cor escura
Os lábios cor de mel ardente
O cheiro entorpece a loucura

Levanto a cabeça sono vence
Rascunho sua angelical alma
Belo é seu sorriso que enaltece
Aperolados jamais visto por cá

Mais alguns rabiscos termino
A face do homem que sonhei
 Raspou a barba no meu rosto
Acordei, adorei o que rabisquei


sábado, 31 de outubro de 2015

"mô"



"mô"
amo-te
Tu és sedutora
Que enfeitiças meu corpo
Quero teus beijos molhados
Tu me deixas louco
Nesse lugar paradisíaco
Vamos colher flores no jardim
Quero casar-me contigo
Aqui quero morar
A terra encharcada
Chuva que cai
Na grama com flores
 Linda é a natureza
Assim como tu
"mô"

Leia de baixo para cima
Copiei a ideia do wonder


quinta-feira, 29 de outubro de 2015

A carta


Pintor: Delphine Enjolras

Que faço com minha beleza
 Se só cartas recebo nos dias?
Tu foste viajar para a Itália
Sinto que jamais irás voltar

Meu enxoval está prontinho
Sem  ele souber irei encontrá-lo
Farei a ele uma linda surpresa
Com certeza irá adorar a visita

Cheguei a Itália peguei um táxi 
Toco a campainha do apartamento
Uma linda jovem veio me receber
Perguntei: Aqui mora o sr. Paulo?

Vi Paulo pela fresta da nobre porta
Sim senhora, irei chamá-lo à atender
Jovem linda, ele é o quê para você?
Meu marido senhora, há cinco anos

Enquanto a jovem foi chamá-lo, saí
Acomodei-me na janela do belo hotel 
   Os observava com lágrimas bem doridas
Ele, na varanda a beijava como a mim

  Tomei um gostoso banho e me vesti bem 
 No chapéu tinha um lindo veuzinho roxo 
 Terninho, saltos altos cheguei logo ao bar
Bem perto de mim estavam Paulo e ela..


Tirei o véu, ele estremeceu...Voltei


segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Haicais com coração



No perfume das rosas
Prendi teu coração ao meu
Revesti-o de amor

Nunca irei perdê-te
Teu coração é meu asilo
Mora comigo, amor


Meu coração está feliz
Por sentir-te perto do teu
Quentinhos e felizes

Na escuridão da noite
Vi teu coração sangrando
Chorei tua partida

Coração apaixonado
Estoura suas veias e abre
Pra abarcar seu amor


quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Saudade cruel


saudade

A força é do sexo frágil
Com a garra da mulher
Que ao sentir desprezada
Não vai ao botequim

Beber a sua desilusão,
Contar lorota e rir à toa
Seu coração engasgou 
A sua triste separação

Do amor que a machucou
Na sua cabeça mora a força
Que nenhuma fumaça a destrói
A sua vida virou uma rotina

A saudade cruel a domina
Lágrimas gotejam solidão
Até que num ensolarado dia
Num parque foi dissipar a dor

Seu olhar cruzou o de Fernando
Quatro olhos azuis se fundiram
Dois corações a palpitarem
Era novamente o lindo amor

Chegando na solitária vida
Um só beijo já pôde sentir
Que este amor veio pra ficar
Para matar sua dura sofridão


segunda-feira, 19 de outubro de 2015

flores orvalhdas

Quando as crianças eram livres
Juntavam-se para beber as gotas
D' águas que  oras dependuradas
A nossa alegria era a fina chuva

Banhávamos num córrego gelado
Logo saíamos todas molhadinhas
A cidade era bem pequena crianças
Eram as crianças peraltas e livres

Nunca eu irei esquecer as corridas
Nos prados floridos da cidadezinha
Cada uma de nós cheirávamos a flor

Ninguém apanhava nenhuma flor
Elas eram para enfeitar os sonhos
Das crianças inocentes como nós
Os belos tempos que não se olvida