Precisamos de pouco
para ser feliz, ganhei de papai no dia do casamento um pedacinho de terra, um
quarto e cozinha e bem lá perto do tanque um banheiro.
Eu como mulher fiquei
cuidando da casa, fiz uma horta grande, foi um loteamento que um fazendeiro
fez, pois estava "afogado em dívidas" cada um tinha um chiqueiro de
porco, como era muito caprichosa ganhei do dono da fazenda água encanada na
minha casa, pois era na cabeça que carregava água para molhar a horta.
Aos sábados num
terreiro a dança corria solta a noite inteira, levávamos uns quitutes,
adorávamos dançar, depois do baile tomávamos banho bem juntinhos. Que delícia!
Nosso avião eram dois
cavalos que quando a safra de café era boa, íamos à cidade cantarolando e cavalgando guardar nosso dinheirinho no Banco.
Adorava comer fora,
quem é que não gosta, mas tem muita gente que come iguarias caras e nós
sentávamos cada um num toco e comia seu prato pronto, os homens tomavam umas
cachaças que os ricos têm nojo e nós temos nojo das suas bebidas que pegam
fogo, manjaram???
Nós tínhamos vários
paraísos fiscais quando íamos passear pela fazenda aos beijos e...(encontrávamos)
por muitas vezes, uma bela ninhada. A galinha ficava brava de medo que
levássemos os seus pintinhos, ficava arisca, até que com jeitinho meu marido
pegava a galinha no colo e eu levantava a saia rodada e colocava os pintinhos
para levar para casa. Agora vocês estão pensando besteira, se eu levantava a
saia iam ver minhas lindas pernas: erraram, embaixo da saia tinha um saiote de
saco bem alvejado e para enfeitá-lo mamãe fazia crochê, ficava lindo.
Agora eu pergunto a
"ocês":
Tem gente mais
feliz" du qui nóis"? Duvido.