Já por muitos caminhos andei a tua procura, pelo asfalto, por terra batida, onde diziam que talvez fosse o homem que procuravas pelas características e, com o coração acelerado via os enganos, não eras tu que estavas ali na varanda entre as flores onde escrevias, daí vinha a triste desilusão, ele não era o meu amor de adolescente que já há muitos anos procuro, mas te achei num chalé.
Meu coração a cada dia ficava mais apertado, as pernas cansadas, já com meia idade, só queria ver-te e matar a saudade com um beijo ardente, sabendo antes que era solteiro, então perguntei: por que não se casou? Porque a mulher que amei a vida toda se casou, pois eu a esnobei. Sabia que se casava porque eu sumi da sua vida, e quando o arrependimento chegou, tu estavas linda de noiva, mas senti uma leve tristeza, pois sabia que era a mim que amava. Maldito orgulho.
São os desencontros da vida e hoje já com nossos sessenta anos ainda a amo como no primeiro dia, soube que tu se separaste e saiu a minha procura.
Já não aguentando mais a saudade facilitei o nosso encontro e numa pequena igreja nos casamos, voamos em Lua de Mel para a França, sabia que já lá estiveste quando muito jovem.
Voltando da Lua de Mel fomos morar no nosso chalé e peço aos anjos que vivamos muitos anos para cada três meses conhecermos um outro país.
Eu nunca te esqueci disse a ele e como resposta deu-me um beijo tão gostoso e disse: eu também.
Nunca é tarde para ser feliz.