Vou sempre
além de mim mesmo
em teu
dorso, ó verso.
O que não
sou nasce em mim
e, máscara
mais verdadeira
do que o
rosto, toma conta
de meus
símbolos terrestres.
Imaginação!
teu véu
envolve
humildes objetos
que na
sombra resplandecem.
Vestíbulo do
informulável,
atrás de ti
é que existes.
E as
palavras são moedas.
Com elas,
tudo compramos,
a árvore que
nasce no espaço
e o mar que
não escutamos,
formas
tangíveis de um corpo
e a terra em
que não pisamos.
Se inventar
é o meu destino,
invento e
invento-me. Canto
Lêdo
Ivo