terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Sonhos de uma caipira



 Nasci numa casa no campo rodeada de flores naturais de todas as cores e tamanhos. Perto de casa havia uma pequena manancial, onde sozinha ia nadar embaixo da ponte naquela água cristalina conseguia sentir o cheiro do mato molhado. A brisa era minha companheira, passava por mim quando já cansada de nadar indo me aconchegar na beira do riacho.
 Deitava na relva para sentir o vento roçando meu rosto para me secar. O sol me sorria e começava o ritual de rodopios para me secar, além de me beijar o vento secava meus cabelos e toda a minha roupa e, quando dava por mim, o pôr do sol estava despontando lá no horizonte no alto de um morro. Que maravilha! Vinha me avisar que já era hora de voltar para casa.
 Chegando em casa, tomava meu banho com um sabonete cheiroso, depois ia jantar junto com meus pais. Meu cachorrinho embaixo da mesa ficava me olhando virando o carinha e sempre lhe sobrava um ossinho para se lambuzar.
 No alvorecer pegava uma charrete do meu pai e, sozinha ia até a cidade para estudar. Os garotos vinham me paquerar em com sutileza dizia que não, pois para mim o amor tem que acontecer ao acaso. Voltava.
 Depois de ajudar mamãe nos afazeres de casa e fazer meus deveres escolares, dizia "inté" e rumava à manancial para fazer sempre as mesmas coisas. Ao me encontrar embaixo da ponte "ôpa", um barulho diferente, escondi-me entre as moitas à beira do riacho e esperei: fiquei boquiaberta ao ver não longe de mim um lindo jovem se jogar no riacho e muita água molhou meu rosto e ao tentar limpar com as mãos escorreguei no rio. Ele me olhou...
 Quem é você? Eu lhe disse:
 - Sou a filha do sitiante. Muito prazer, eu sou seu primo em segundo grau, moro na capital e vim tirar umas férias aqui.
 Logo saímos do riacho e chegamos em casa, percebi que o sol, o vento, a brisa ficaram com ciúmes de mim, mas precisava voltar.
 Depois de alguns dias...
 A noite saímos no quintal perto de casa ao som das galinhas, dos porcos e do meu cachorrinho, vimos o céu estrelado e nos entreolhamos enquanto a lua nos sorria, nos beijamos.
 Após três anos nos casamos, estranhei muito morar numa cidade grande, mas o amor é mais forte do que a movimentação dos transeuntes se esbarrando nas calçadas.
 Hoje, durante as férias vamos ao sítio, rever meus pais e relembrar nosso amor no nosso riacho e quando chegamos a natureza nos sorri de felicidade.


22 comentários:

  1. Lindo conto e que coisa boa momentos assim num sítio! Lindo! bjs, ótimo dia!chica

    ResponderExcluir
  2. Lindo conto Dorli,um amor que ainda continua entre os dois primos,pois casaram-se e voltam sempre ao local onde começaram, essa felicidade.
    bjs amiga
    Carmen Lúcia.

    ResponderExcluir
  3. Bom dia Dorli
    (Intervalo sem aulas)

    Adorei o conto..maravilhoso.

    Tenha um dia Feliz

    Beijo

    ResponderExcluir
  4. oi Dorli

    Me deu vontade de estar no sitio.
    A natureza é fascinante.

    bjokas =)

    ResponderExcluir
  5. Querida Dorli
    Que linda historia de amor!
    Uma simbiose perfeita entre a natureza e dois seres apaixonados!
    Que a felicidade os acompanhe sempre e para sempre!
    Parabens pela narrativa.
    Beijinhos
    Beatriz

    ResponderExcluir
  6. Um conto cheio sonhos e devaneios... Muita liberdade e AMOR... Gostoso de se ler e voar nas asas da imaginação!

    Um abraço grande

    ResponderExcluir
  7. Bom dia Dorli !
    Lindo conto de amor entre dois primos, que desfrutaram da natureza e todos os seus detalhes. Um dos meus sonhos, é ter um sitio, onde eu possa criar toda sorte de bichos, e plantas. Remete a uma vida tranquila, sem a agitação dos grandes centros urbanos. Ah, e recordar é viver, então, vida ao longa a esse casal que se amam e relembram da simplicidade da roça.

    Beijão, fique na paz,
    Dan
    http://gagopoetico.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  8. Isso é que é vida, hein amiga? Espero que continue assim para sempre.
    Beijos, Dorli!

    ResponderExcluir
  9. Dorli, bem inspirado seu conto, amei ler, tudo o que se sonha é isso, viver em lugar assim, conhecer o grande amor, que romantismo!
    Abraços!

    ResponderExcluir
  10. Voltei aos meus banhos de rio na infância, aqui no Velho Chico. Como era bom ser secada pelo sol e pelo vento, só nunca namorei com primo.
    PS: Se já comentei, escolha o melhor e publique a net aqui tá horrível.
    Até logo Gatona!

    ResponderExcluir
  11. Linda história Lordi. o bom é ter dado certo. Creio que é conto de alguém feliz a procurar transpô-lo para a vida.
    beijos

    ResponderExcluir
  12. Querida Dorli amei seu conto viu!

    Uma delicia, voltei no tempo e fui lá no meu São Francisco, e lembrei do igarapé com fundo de areia que mas parecia prata. Que lembranças boas amiga!

    Um bj!

    Maria Machado

    ResponderExcluir
  13. Adoro suas histórias , não sei se já tem mas devia lançar um
    livro com todas as histórias.
    bjs
    http://eueminhasplantinhas.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  14. Quando eu era mais criança tambem gostava muito de brincar com as flores,plantar e regar era viciante para mim. Com o tempo minha avó deixou de comprar flores e meu tio deu cabo do nosso jardim. Agora sobra-nos muito poucas plantinhas mas ainda vamos tendo alguma coisa!! Votos de uma excelente semana para ti amiga dorli,muitos beijinhos,fica com deus e até breve!! http://musiquinhasdajoaninha.blogspot.pt

    ResponderExcluir
  15. LINDO CONTO !!! LINDA LEMBRANÇA !!! COISAS ASSIM REMONTAM A ESPERANÇA DO VIVER SÓ FELICIDADES UM BEIJO POETIZA ESCRITORA !!! BEM GRANDE VIU !!! Pedro Pugliese

    ResponderExcluir
  16. muira linda a sua historia de amor Dorli, o pano de fundo, real, que corolou este amor fez-me lembrar da minha infância e juventude interiorana. beijos

    ResponderExcluir
  17. Dorli: bela história...lembranças que sempre nos renovam a alma!!
    Bela semana pra vc e sua família.
    abraçoss

    ResponderExcluir
  18. Quando menina, morei em uma vila de chão de terra, nossas casas, tinham quintais imensos, que perdiamos de vista. Pomares, jardins e até um rio cortava nosso quintal, meu pai criava porcos, cabritos, ganhinhas, enfim vivi cercada de muita natureza, sua pagina me fez recordar... adorei. Um bom dia a vc, Dorli.

    ResponderExcluir
  19. Um belo e mágico Conto (quase de fadasa!).
    Há sempre um final feliz. Bom!


    Beijos


    SOL

    ResponderExcluir
  20. OLÁ PASSANDO AQUI...PRA CONHECER SEU CANTINHO ...E DEIXANDO CONVITE PARA Q CONHEÇA O MEU TBM...
    http://design-visuall.blogspot.com.br/
    BJS

    ResponderExcluir