domingo, 2 de janeiro de 2022

Minha solidão


Da Janela (Claudinei Novais) | EntreContos  

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Acordei e, como sempre o fiz, virei para dar um beijinho no meu marido para acordá-lo, qual não foi meu espanto quando percebi que ele não estava ao meu lado. Levantei sorrateiramente para saber se teria ido ao banheiro. Quando lá cheguei nada, meio com sono, lavei o rosto e fui até a cozinha, a mesa estava posta e somente uma xícara grande e dentro dela um bilhete: Elizabete, me perdoa: estou muito doente, sei logo irei morrer e não quero vê-la chorar. Quero guardar n'outro lugar onde for, o seu sorriso me chamando de mô levando meu cafezinho e me acordando com um beijo na testa, como fazia todos os dias e hoje não foi diferente íamos à praia, ele estava gelado. Dei um grito tão alto que ecoou no prédio todo, todos de roupão desceram as escadas, outros de elevador e, foram ver o que havia acontecido. foi a Morte que o tirou de mim. Que faço eu da vida sem ninguém, todos os meus já morreram e hoje o meu amor também se foi. Agora pergunto a mim mesma: por que não me levou também? deixando só nesse Mundo de dissabores, onde o amor escorregou para o ralo.
Mas uma vizinha disse: Deus é bom, deixou o fruto do seu amor, aí chorei e pedi perdão a Deus, pois cada um tem o seu dia e com certeza amor, irei cuidar bem do nosso filho(a).
Passado uma semana desde aquele fatídico dia acordei mal, com náuseas e vômitos e sem nada comer me levaram ao Pronto Socorro.
Quando o médico chegou expliquei o que sentia, fiz exames de tudo, antes ele perguntou: tomou café? Não doutor e qual não foi minha surpresa, deram-me café com bolachinhas e depois o médico disse: a srª está grávida. Meus vizinhos me abraçaram e um deles disse: enquanto o nenê não nascer nunca ficará sozinha, deixa sempre uma sacolinha com roupinhas de bebê, pois seu papai não vê a hora de ver o seu sorriso. Aí que chorei! 
Assim foi o ocorrido e passado dez anos conheci outro homem que foi se chegando sorrateiramente até me conquistar, pois meu filho ele já havia conquistado.
Em um ano nos casamos e que amor de marido. Não que eu tenha esquecido totalmente o outro, mas paulatinamente Deus vai nos surpreendendo sempre.
Chegou o dia do casamento, a igreja lotada, meu filhinho Paulo com as alianças vinha na frente de nós. O padre fez o casamento, nos abençoou e chegamos a um clube onde seria a festa. O Clube estava todo enfeitado, muitos convidados e meu "filhote", agora com dois anos não parava corria por todos os lados, estava de terninho branco.
Quem poderia imaginar que naquele prédio havia um jovem lindo e rico que amava Elisabete e seu filhinho, ele sempre brincava com o garotinho.
"Deus não desampara ninguém se formos sempre fiel a Ele".

4 comentários:

  1. Muito lindo teu conto e história de uma vida! beijos, chica

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  2. O Amor é lindo...Saber vivê-lo e dele desfrutar, é sublime.
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    Votos de um Ano de 2022, a todos os níveis, muito feliz, extensivo à sua família.
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    Pensamentos e Devaneios Poéticos
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  3. Sempre maravilhosa- Amei o texto. Parabéns :))
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    A vida recomeça a cada oportunidade
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    Beijos. Bom Domingo, e um Ano de prosperidade.

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  4. Oi Dorli, boas histórias sempre por aqui. É bom vim no seu cantinho neste início de um novo ano. Que 2022 seja um ano de grandes conquistas pra você. Bjs querida

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