só meu
Hoje eu faço seis anos e mamãe já está preparando uma linda festinha para mim. Todos os meus coleguinhas da escola virão e fiz questão de convidar minha professora, uma linda jovem que gosta muito de contar estórias.
Queria que as horas passassem rápido, pois a minha professora nos ensinou ler as horas e já fazíamos algumas frases.
Finalmente foram chegando os convidados e os presentes também, fiquei curioso pois o presente da minha professora era o maior e a curiosidade me aguçava demais.
Cantaram os parabéns, cortei o bolo, apaguei a velinha e todos caíram na comilança, de repente enquanto todos estavam conversando, peguei o livro subi as escadas e me tranquei no quarto.Apressado rasguei o papel que o embrulhava e vi: encantei-me com a capa do livro e um bilhetinho: Ao Jonas, com amor: tia. Engasguei para ler a frase, mas li. Quando abri o livro fiquei deslumbrado: dele saíram umas estrelinhas, iguais a que vemos no céu.
Comecei a ler, era um conto encantado, lindas figuras. De repente, mamãe bate à porta: venha Jonas você sumiu. Coloquei tudo embaixo da cama, abri a porta e disse a mamãe que fui guardar o presente da tia, mas nem abri, amanhã eu vejo o presente, pois deve ser especial como ela.
Abri todos os presentinhos, agradeci a todos e, disse no ouvido da professora: fui esconder o seu presente, tia-ela rio.
A festa estava ótima, mas eu queria que todos sumissem para ler o livro encantado. Nesse ínterim começaram a chegar as mães para pegar os filhos. A tia me abraçou, deu-me um beijo e me desejou boa noite. Todos saíram.Aff!!
Ô mamãe, tô com um soninho... ela me beijou e eu subi para meu quarto para dormir. Dormir?? Liguei um pequeno abajur no banheiro. Fechei a port a chave e apaguei a luz do quarto.
Meu banheiro era grande tinha até uma mesinha com cadeira, banheira enorme, quis tomar banho, mas a curiosidade foi maior e retornei ao livro e fui lendo vagarosamente, conversava com os personagens. Tinha castelo, enfim o melhor presente que havia ganhado. Não vi mais nada.
No outro dia mamãe gritava meu nome, ouvia longe, a sorte dela é que tinha deixado a chave na porta e ela guardava uma cópia de cada cômodo num molho de chaves. Até que enfim abriram a porta, a cama ainda estava feita, todos correram ao banheiro abriram a porta e eu dormia em cima do livro que ganhara da minha querida tia. Ouvia umas conversas longe, mas pensei que estava sonhando.
Ao me acordarem fiquei assustado e vi mamãe chorando, me pegou no colo e eu dizia: não chore eu ganhei da professora um livro encantado e os personagens saíam do livro e conversavam comigo. Que lindo disse mamãe, agora vamos tomar um banho, saborear um gostoso café-da-manhã, depois à tarde vá curtir os presentes.
Uma singela homenagem a todas as professoras
alfabetizadoras, que amem seus pequeninos como eu amei os meus e, vendo-os nas
ruas da cidade vêm me abraçar como se fossem pequeninos. É um amor que não tem
preço, doa-se.