A
vida é feita de sonhos, mas como é bom sonhar o colorido das matas, das árvores,
o rio dormindo a nos encantar. No fundo dessa paisagem simples casa com fogão a lenha, o
cheirinho da comida natural é um chamamento para quem está apreciando toda essa
bela natureza. Entramos, a mesa estava pronta e vovó dizia: "vamu gente,
vamu cume" e rapidamente lavávamos as mãos no tanque e atacávamos as
iguarias: batata doce frita, linguiça de porco, salada de verduras todas
misturadas, arroz, feijão e água da mina e como sobremesa, doce se abóbora
feito pela vovó. Que delícia!
"Ajudávamos
a lavar os trens", vovó ia dormir, antes sentava na cama, orava para nosso
vovô que está no céu, eles viveram juntos
durante trinta e oito anos e sempre dizia que as saudades dele eram muitas...
Vovó
não queria morar na cidade, nasceu em meio à natureza e gostava do silêncio da
fazenda assim ouvia o som da chuva, o vento batendo seu rosto e ouvia o
chilrear dos pássaros, fazia seu crochê, ela enxerga mais do que nós e nunca
usou óculos e sempre dizia: no campo se vive mais e com saúde.
Enquanto
ela dormia, nós descalços nos deliciávamos com as belezas naturais, pisávamos
nas poças d'águas e atravessávamos o rio que era raso, dava pra gente ver os
peixinhos nadando felizes.
Vovó
dizia que quando não chovia sentava no banco com sua ajudante e ficavam
contando "causos", só que quando elas viam a lua andar no céu
e as estrelas coloridas piscando, às vezes elas paravam para agradecer a Deus e a toda a natureza,
pois aqui não há poluição e sim o cheiro do mato.





