terça-feira, 5 de março de 2019

Viver em sonhos



A vida é feita de sonhos, mas como é bom sonhar o colorido das matas,  das árvores, o rio dormindo a nos encantar. No fundo dessa paisagem simples casa com fogão a lenha, o cheirinho da comida natural é um chamamento para quem está apreciando toda essa bela natureza. Entramos, a mesa estava pronta e vovó dizia: "vamu gente, vamu cume" e rapidamente lavávamos as mãos no tanque e atacávamos as iguarias: batata doce frita, linguiça de porco, salada de verduras todas misturadas, arroz, feijão e água da mina e como sobremesa, doce se abóbora feito pela vovó. Que delícia!
"Ajudávamos a lavar os trens", vovó ia dormir, antes sentava na cama, orava para nosso vovô que está no céu, eles viveram  juntos durante trinta e oito anos e sempre dizia que as saudades dele eram muitas...
Vovó não queria morar na cidade, nasceu em meio à natureza e gostava do silêncio da fazenda assim ouvia o som da chuva, o vento batendo seu rosto e ouvia o chilrear dos pássaros, fazia seu crochê, ela enxerga mais do que nós e nunca usou óculos e sempre dizia: no campo se vive mais e com saúde.
Enquanto ela dormia, nós descalços nos deliciávamos com as belezas naturais, pisávamos nas poças d'águas e atravessávamos o rio que era raso, dava pra gente ver os peixinhos nadando felizes.
Vovó dizia que quando não chovia  sentava no banco com sua ajudante e ficavam contando "causos", só que quando elas viam a lua andar no céu e as estrelas coloridas piscando, às vezes elas paravam para agradecer a Deus e a toda a natureza, pois aqui não há poluição e sim o cheiro do mato.
Após dois meses ela foi se encontrar com seu amor no céu.

7 comentários:

  1. Mais uma história de vida com momentos interessantes partilhados em boa leitura! Bj

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  2. Linda e doce história num bucólico cenário vivida! beijos, tudo de bom,chica

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  3. Como escreveu António Gedeão:

    Eles não sabem que o sonho
    é uma constante da vida
    tão concreta e definida
    como outra coisa qualquer,
    como esta pedra cinzenta
    em que me sento e descanso,
    como este ribeiro manso,
    em serenos sobressaltos,
    como estes pinheiros altos,
    que em oiro se agitam,
    como estas aves que gritam
    em bebedeiras de azul.

    Eles não sabem que o sonho
    é vinho, é espuma, é fermento,
    bichinho alacre e sedento,
    de focinho pontiagudo,
    que foça através de tudo
    num perpétuo movimento.

    Eles não sabem que o sonho
    é tela, é cor, é pincel,
    base, fuste, capitel,
    arco em ogiva, vitral,
    pináculo de catedral,
    contraponto, sinfonia,
    máscara graga, magia,
    que é retorta de alquimista,
    mapa do mundo distante,
    rosa dos ventos, Infante,
    caravela quinhentista,
    que é cabo da Boa Esperança,
    ouro, canela, marfim,
    florete de espadachim,
    bastidor, paço de dança,
    Colombina e Arlequim,
    passarola voadora,
    pára-raios, locomotiva,
    barco de proa festiva,
    alto-forno, geradora,
    cisão de átomo, radar,
    ultra-som, televisão,
    desembarque em foguetão
    na superfície lunar.
    Eles não sabem, nem sonham,
    que o sonho comanda a vida.
    Que sempre que o homem sonha
    o mundo pula e avança
    como bola colorida
    entre as mãos de uma criança.

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  4. O que seria de nós se não alimentássemos os sonhos?

    Hoje:- Anunciando a Primavera.

    Bjos
    Votos de uma óptima noite

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  5. Gostei de ler
    Bonita historia
    Comecei a seguir o blog voltarei mais vezes
    Bjs

    Kique

    Hoje em Caminhos Percorridos - Por favor não deitar as beatas ao chão...

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  6. Boa noite de paz interior, querida amigia Dorli!
    Que belíssimo conto bem bucólico e agradabilíssimo de se ler!
    Parabéns por ter uma cabeça tão boa e escrever tão bem tanto em prosa como em verso!
    Tenha dias felizes e abençoados!
    Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem

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  7. Que linda história amiga Dorli,você consegue nos transportar para esse lugar tão maravilhoso.
    Bjs-Carmen Lúcia.

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