quarta-feira, 26 de junho de 2013

Gotejando no vazio(miniconto)



 Estava bem, de repente me deu uma vontade louca de sumir, saí correndo sem destino, fui parar num matagal e, cansada sentei-me na relva molhada, embaixo de uma árvore, pois havia corrido durante meu louco devaneio. Olhei para o céu, a lua entristecida escureceu, as nuvens, antes brancas, ficaram escuras e revoltas com meu surto de loucura.
 Algumas nuvens se apiedaram de mim, começaram, então, a gotejar na minha cabeça, gotas de águas miraculosas que me fizeram acordar, então, foi aí que percebi que estava perdida no meu vazio.
 E agora? Pensei...perdida nesse matagal com fome e frio, o que vou fazer? De repente o céu clareou, uma fila de lindas estrelas caminhavam e eu as seguia como que por um impulso anormal, percebi que elas estavam me levando de volta para casa.Cheguei à frente da minha casa.
 A rua estava cheia de pessoas desesperadas à me procurar, foi quando elas me reconheceram e gritaram: ela voltou! Minha mãe assustada nem perguntou o motivo da minha fuga, me abraçou e me beijou e vi quando ela deixou cair uma lágrima de felicidade que fez questão de bebê-la.
 Até hoje, ninguém tocou mais no assunto e eu nem quero mais recordar a lágrima doída que mamãe bebeu, beijei meus pais e fui dormir.



Dorli Silva Ramos

terça-feira, 25 de junho de 2013

Sou a tua paz



Sou tua amiga bela cigana
Venho trazer a tua paz momentânea
Exagera na consciência crítica
E se perde nas condutas

Sobre tua cabeça derramo sabedoria
No teu coração trago euforia
De um amor que está engasgado
Serás teu trate-o com leveza

Não mais derrape na tua vida louca
Pois aqui nunca mais voltarei
Terás que fazer valer tua conduta
De amor, respeito e fidelidade

A vida é um lago cheio de opções
Mas se perderes essa que te dou
Morrerás na tua estúpida solidão
Sofrerás a dor do abandono


Dorli Silva Ramos

A HORA DA VERDADE



 Você não tem medo da justiça Divina?
 Você usou as pessoas para galgar algum sucesso?
 O que você fez  de mal para sorrir com a sua inveja?
 Você fez complô com seus amigos para derrubar o outro da escada?
 Tentará comprar pessoas que estão a sua frente para entrar no céu?
No céu inexiste dinheiro, usará sua fala mansa para dissipar seus concorrentes?
Não adianta, pois todos os outros foram leais aos mandamentos de Deus.
Você já humilhou alguém diante de muitas pessoas e ficou assistindo o desfecho?
O Diabo também é muito poderoso e poderá lhe dar a satisfação temporária.
Sente-se feliz em ver seu irmão triste e consequentemente no fundo do poço?
Se nada fez dessas barbaridades sua vida será um sucesso, se contrário um fracasso.
Pois Deus não dorme e consegue vê nossas más ações e ler até nossos infames pensamentos.


Dorli Silva Ramos

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Poesia concreta: BBG ou BBGI? (reedição)



                    
B. B. G    OU   B.  B.  G.  I ?
                       VOCÊ É BOA BONITA GOSTOSA
                                                    OU BOA BONITA GOSTOSA INTELIGENTE?

NÃO:  VOCÊ  É  UMA
                                      MULHER   MARAVILHOSA   E   INTELIGENTE
                                                                 UM  DIA  VOCÊ   DEIXA  DE  SER
                                                                                                                      BOA
BONITA  GOSTOSA
                                   SOBROU  O QUE HÁ DE MAIS ESPECIAL EM VOCÊ

       A SUA INTELIGÊNCIA
                       COM  ELA  VOCÊ   PODE CONQUISTAR
                                                                                      COM SEU CARISMA
SUCESSO  FELICIDADE  E
                                                 MUITO AMOR
JAMAIS  IRÁ  SE  ILUDIR  COM FALSOS  AMORES
                                                                                              AMORES  QUE  LHE
TRARIAM  MÁGOAS  E DESILUSÕES
                                                                     E   NESSE ÍNTERIM
VOCÊ  CONQUISTA  INFLUÊNCIA

E SABE AMAR
                          E   SERÁ MUITO

                       A   M   A   D   A

                    

Dorli Silva Ramos

domingo, 23 de junho de 2013

Sonhando no jardim(miniconto)



 Às vezes, fico pensando, largada no jardim da minha casa, se valeu a pena meu viver até agora, vejo vultos a me rodearem e sinto a fragrância de algumas flores que me faz sonhar. Onde estão meus sonhos? Se esvaíram na pobreza da minha alma... Minha vida se baseou na ociosidade, a preguiça foi minha companheira até agora.
 Hoje, minha mente é só um vazio, sei que minha beleza irá acabar e, ao invés de pensar no meu futuro, fui atrás de orgias e o tempo vai passar...
 Ainda sou jovem e espero que dê tempo para que eu possa fazer uma revolução em minha vida e ser alguém que irá se orgulhar de si própria, pois sei que nunca é tarde para o recomeço.
 Recomeçar é dar a si mesmo a oportunidade de viver com intensidade e orgulhar-se de poder voar para concretizar seus sonhos, dantes inimagináveis.

Dorli Silva Ramos

sábado, 22 de junho de 2013

Minhas noites(miniconto)



 Minhas noites são todas iguais...Partiste para nunca mais voltar, deixando-me sufocada de desejos, acalmados com frias águas do mar. Meu pensamento chega até o teu e, inexplicavelmente, meu coração aquece. Afinal tu permeias minha saudade, minhas noites solitárias. Às vezes, sinto o teu cheiro, o mesmo cheiro que impregnou meu corpo sedento de amor, de carinho e de paixão.
 Hoje a noite está fria. Até a lua e as estrelas esconderam-se atrás das nuvens para não ver meu sofrimento e, totalmente só, choro minha saudade e minha solidão.
 Adentro nossa casa, tudo está perfeitamente do jeito que tu deixaste: teu chinelo na soleira da porta, teu roupão dependurado no banheiro...O  sabonete perdeu o cheiro, afinal secou tal qual meu coração.
 De repente, toca o telefone...Reconheço tua voz, minha taça de champagne cai no chão e grito: És tu, meu amor? Do outro lado alguém responde: desculpe moça, foi engano.


Dorli Silva Ramos

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Minha sensibilidade(miniconto)



 Há dias que me encontro assim, leve como um beija-flor, e rápida em meus devaneios. Parece que toda minha vida está hoje presente para comemorar minha satisfação de viver. Sou perfeita, aqui no meio de alguns arbustos, sinto o perfume da rosa vermelha e parece que ela chega até a mim sorrindo de satisfação, pois sabe que é amada pela sua beleza e perfume que exala e encanta.
 Sempre com os olhos fechados tenho a impressão que estou assistindo a um filme, no qual sou a bela protagonista, com meus vinte anos, esbanjando sedução e amor aos telespectadores. Vejo em cada um o brilho de seus olhares e a ansiedade de poder apenas tocar em meus cabelos.
 De repente, meio atordoada, levanto-me desse lugar, esquecendo de segurar o véu vermelho, a cor da paixão que cobria a minha nudez. Não havia ninguém, só eu e minha sensibilidade.

Dorli Silva Ramos

Encontro marcado



Vesti-me de donzela apimentada
Bebi uma taça de vinho à esperar
Nosso louco encontro de luxúria
Você não veio, estou angustiada

Tomei mais uma taça desse vinho
Desisti de esperá-lo fui pra cama
De repente ouço o ringir da porta
Entrou desesperado e esbaforido

Abraçou-me com loucura, atrasou
Seu carro quebrou e veio correndo
Degustando suave vinho me beijou
Deixou-o escorregar pelo meu colo

Me tomou como uma mulher vadia
Engoliu toda a minha louca paixão
E nesse vaivém de amor amanhecia
Viveu a noite, acenou-me com a mão


Dorli Silva Ramos


quinta-feira, 20 de junho de 2013

Poetizando a vida ( miniconto )



 Meu nome é Nely, todos os dias perto do pôr do sol, já toda enfeitada e bela abro a janela e vou dar boa noite ao sol, pois a lua vagarosamente desponta no horizonte, fico ansiosa para ver no escuro do céu e ela toda formosa em companhia de muitas estrelas coloridas e também algumas nuvens teimosas que persistem em ficar a me enamorar.
 Eu amo a noite, pois a lua me sorri, as estrelas clareiam os meus devaneios e a escuridão amedronta as ondas do mar que chorosas batem furiosas na praia. Então, fico a pensar como a natureza é fantástica, cada parte dela faz seu trabalho sem reclamar e nós a toda hora reclamamos que a vida não é boa.
 Nós envelhecemos, aposentamos e descansamos. Levantamos já reclamando que está frio ou calor e a natureza faz seu trabalho interminável e ainda da magia aos poetas apaixonados.
 Vamos cuidar das belezas que Deus nos deu, pois um dia tudo isso irá terminar e de nada irá adiantar o nosso clamor.


Dorli Silva Ramos

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Vida cor de rosa (miniconto)



 Vesti-me de rosa eu fui dar um passeio no mar. O sol estava querendo dormir, foi quando olhei para o céu meio escuro e vi que meu vestido refletia a cor nas nuvens. Nunca vi tamanha beleza! Céu cor de rosa; foi   então que nas águas do mar, refletia a cor do Sol.
 Fiquei encantada com o inusitado e, por onde passava tudo mudava de cor. Um vestido colorindo a mente de todos os humanos de uma cor suave para abrandar os corações.
 De repente seguindo por uma vereda, a campina e as árvores eram verdes d'um tom claro, tal como a esmeralda antes de ser lapidada.
 Assim com essa força de fazer o bem, o mundo ficou encantado, sem sofrimentos e nem lamentos, só sorrisos e felicidades. Será que morri?

Dorli Silva Ramos

Mulher e rosa vermelha


Mulher sedutora e a rosa vermelha
É a maior combinação d'uma loucura
Rosa exala fragrância, mulher: paixão
Na urgia segue caminho da evolução

Nada segura um casal apaixonado
Nem tempestade de maledicências
Nem que o céu e lua venham alados
A cair no mar formando borbulhas

Essa mulher é uma lava em erupção
Destrói qualquer casal enfraquecido
Usa e abusa de homens com paixão
Depois perdem o seu amor querido

A mulher sedutora sem dó desfolha
Toda rosa que está no vaso da vida
Cuidado homens: fuja desse caminho
Bem mais sólido é amor do seu ninho


Dorli Silva Ramos

terça-feira, 18 de junho de 2013

Poeta apaixonado




Sou poeta apaixonado
Dou vida aos amantes
Beijo seu corpo lindo
De você sinto ciúmes

Um amor enlouquecido
Me perco nos seus ais
Como cão vil bandido
Afastar de você jamais

Bebo sua alma bandida
Entrelaçando os corpos
Vislumbro já embebida
Nos cheiros dos desejos

Sol acorda os amantes
Pelas frestas da janela 
Chuveiro é a despedida
D'um até breve ilusões



Dorli Silva Ramos

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Monólogo de uma solitária



- Que faço eu nesse castelo
escuro
gelado
sozinha
-Que faço eu nesse castelo
sem amor
sem beijos
Sem paixões
-Que faço eu nesse castelo
sem rei, sem coroa
com tumbas
com mortos
-Que faço eu nesse castelo
sem perfume
sem sonhos
sem esperança
-Que faço eu nesse castelo
sem o sol
a lua
o mar
-Que faço eu nesse castelo
sem as veredas
as campinas
as mananciais
-Que faço eu nesse castelo
se a solidão
do desespero
me matou
-Que faço eu nesse castelo
só com o brilho
das estrelas mortas
como eu?

Dorli Silva Ramos
                        
   

Meus sonhos ( ficção )



Muitos sonhos tive
Poucos foram realizados
Não consegui ser modelo
 Mas fui uma linda esposa

Sonhei ser pianista clássica
O máximo que consegui
Foi tocar violão
Feliz, pois criava as letras

Quis ter uma enorme casa
Para abrigar muitos filhos
Consegui construir um casebre
E apenas uma filha

Sonhei ser inteligente e bonita
Tive as duas coisas
A beleza se esvaiu com o tempo
A inteligência, hoje é meu consolo

Nem tudo que se sonha
Podemos realizar
Se a frase de Steve estiver certa
Mais da metade do meu futuro
Ficou no lamento, não existiu

Dorli Silva Ramos

domingo, 16 de junho de 2013

Desilusão ( ficção )



 Saio perambulando pelo caminho num sítio, mas não estou só: a desilusão é minha companheira diária, ela não tem dó, machuca com desenganos advindos d'uma pessoa que quero bem, arrebenta minha vontade de chorar, derruba minhas lágrimas de saudades e sofro dia após dia sem saber se um dia essa dor vai passar.
 É uma vontade louca de dizer: venha, vamos juntar nossos corações sofridos, pois sei que também sofre por sua intransigência que fere nosso viver.
 A desilusão me faz cegar as belezas naturais, meu pensamento está obstinado a você, só você é minha luz, meu caminho florido, minha vontade de viver.
 Não sei quem vai morrer primeiro: eu ou você. Por quê?


Dorli Silva Ramos

Os espetáculos que Deus nos deu ( miniconto)




  A vida passa? E você apressado e preocupado no seu escritório e não vê que você é quem passa? Peguei um domingo, sozinha, para visitar a natureza. Acordei cedinho vi um trem passar com muita preguiça, ainda estava com sono e me ocultava um dos mais lindos espetáculos da vida: o alvorecer, ou o crepúsculo do amanhecer. Lindo! Depois fui lanchar embaixo d'uma frondosa árvore, bebi água de uma bica numa manancial e, sonolenta adormeci.
 Acordei assustada, mas fui presenteada com outro espetáculo: o crepúsculo do entardecer. O sol querendo dar adeus ao dia eu eu ali pasma, tamanha beleza. Caminhei muito e cansada fui descansar mais um pouco perto d'um riacho. Dormi novamente e eu passando, pois o tempo urge e não espera ninguém.
 Senti minha pele molhada; garoou, assustei estava escurecendo, olhei dos lados ainda deu tempo de ver o sol sumindo no horizonte, não contive tanta beleza ao ver o crepúsculo do anoitecer dando lugar à lua e as estrelas e as nuvens escuras procurando abrigo, pois a noite logo chegaria.
 Não se prive das maravilhas do mundo, pois não é o tempo que passa, somos nós que envelhecemos e, a vida não tem retrocesso.



crepúsculo do amanhecer
amanhecer
alvorecer


crepúsculo do entardecer
entardecer


crepúsculo do anoitecer
pôr do sol


noite


E uma família feliz



Dorli Silva Ramos

sábado, 15 de junho de 2013

O pôr do Sol ( reeditando )



Meu coração se entristece
Ao ver o pôr do sol
Parece o Sol estar cansado
De tanto iluminar

Vem um novo dia
E lá está ele novamente
Como é bom namorar
Ver juntos o seu descansar

Quando chega o entardecer
Fico eu a pensar
Como seria um lisonjeio
Viajar no seu caminhar

Numa casinha no campo
Também vejo o pôr do sol
Entre as frestas das árvores
Sumindo e eu a deslumbrar


 Dorli Silva Ramos

Amar ( miniconto )



Amar é lapidar seu sorriso para mostrar toda vez que se encontra com seu amor, é pensar nas palavras  bonitas que serão proferidas na hora do encontro; as palavras não saem, são cortadas por um grande beijo apaixonado, um abraço carinhoso e um andar de mãos dadas.A saudade transforma-se em uma alegria infinda e caminhando, sem querer se deparar com a noite. Não vê o tempo passar, a lua e as estrelas sorriem o espetáculo do amor. É ter a leveza das aves, a força de um leão e a loucura da paixão que acelera os corações. Amar é permitir-se andar descalço na chuva pelas ruas esburacadas, beijando lábios molhados  e desapegados a modernidade de hoje: carro do ano, todo quadradinho, pois o verdadeiro amor não tem preço e não está a venda.


Dorli Silva Ramos

sexta-feira, 14 de junho de 2013

A busca ( miniconto )



 Às vezes sinto um vazio na minha alma, algo me falta e saio pelas veredas da vida à busca dessa lacuna   que me atormenta e faz brotar nos meus olhos lágrimas de não sei do quê. Pego uma sacola com alguns pertences e saio de madrugada, antes que o sol me deseje boa sorte e caminho por uma estrada que parece não ter fim.
Chove, uma chuva miúda molha meu corpo, paro um pouco à sombra de uma enorme árvore, aí que fui perceber que não tinha levado água, levantei-me saí por um atalho que por milagre deu numa mina de água cristalina, saciei-me dela e, um pouco cansada deitei na relva e dormi.Num dado momento um velho horrível me acordou.
 E aí mocinha, tá à busca do quê? Respondi que não sabia, então o velho conversou comigo, vi seus pés calejados, barba comprida e perguntei: E você, foi a procura do quê?  - Do diferente, do inusitado e só achei infelicidade. Volta pra casa menina o que você está procurando é a sua infelicidade, pois a sua felicidade está na sua casa. Enxuguei as lágrimas e, voltei.


Dorli Silva Ramos

As estações do ano ( readaptação)



 Perdi as contas de quantas estações passamos juntos; na primavera nosso jardim era cheiroso e lindo. As flores eram coloridas que cuidávamos com amor. 
 No verão para amenizar o calor rumávamos à praia, rolávamos na areia, sonhávamos e nos beijávamos. Furávamos as ondas do mar sem medo de nada.
 No Outono colhíamos os frutos do pequeno sítio, passeávamos debaixo das árvores pisando nas folhas secas e bem embaixo das árvores fazíamos juras de amor. 
 No inverno, era uma delícia, me aquecia com abraços, dormíamos grudadinhos para nos aquecermos. Acordávamos trêmulos de frio, tomávamos leite quente e rumávamos cada um para o seu trabalho.
 Hoje, não sinto mais as belas estações do ano, por um triste destino tu partiste na última estação, deixando meu coração gelado tal o inverno. À noite, só, perambulo pela casa e não te encontro.
Nosso jardim morreu de saudades de ti; nunca mais fui à praia para não sofrer tua falta; as árvores secas até hoje choram tua ausência; à noite acendo a lareira, pois tu não podes mais me aquecer.
 Que saudades de ti e das belas estações do ano!


Dorli Silva Ramos

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Murmúrios ( Miniconto )



Por onde vou ouço vários murmúrios, nesse momento, ouço o murmúrio do meu coração, do sangue passando pelas veias bem devagar e o meu respirar atrapalha os meus pensamentos.
Olho à praia, vejo uma ave, ouço o murmúrio da sua solidão, tal a minha; o seu bater de asas voando para lugar nenhum.
Os murmúrios das ondas do mar são tão doídos que parecem que vão morrer na praia. Abraço as ondas e elas me sorriem, não estão mais sós e nem eu.

Dorli Silva Ramos