Ah! Solidão

solidão

Sozinho no quarto, fico a imaginar sentado na cama sem minha amada que se foi há dois anos por um AVC, minha filha casada mora longe e eu cá sozinho fico a pensar: de que vale minha vida com boa situação financeira e sem ela que amava de paixão? Até hoje não consigo esquecê-la.

Nisso, olho pela janela a lua entristece também, é inverno aqui nos Estados Unidos, a neblina encobre parte da Lua, o banco parece afundar, as duas árvores tristes secam suas folhas e um nada hoje, onde outrora nós dois sentávamos para namorar.

Saía com minha amada no verão, onde o sol aquecia nossos corpos, na primavera colhia flores para lhe oferecer fazendo uma declaração de amor e ela me agradecia com um gostoso beijo, na primavera colhíamos flores para enfeitar nossa casa e no outono colhíamos as frutas que plantávamos e no inverno acendíamos a lareira e tomávamos um gostoso vinho e abraçadinhos degustávamos aos goles e aquecíamos na lareira até o sono chegar. 

Quando levanto do sofá, acordo do meu devaneio, estou só, olho pela janela, vejo um cenário triste, até a lua parecia despencar, o banco vazio havia quatro anos. Fechei a janela e fui para o quarto, o frio trincava os ossos, mesmo o quarto aquecido com lareira tremia freneticamente. 

 O que acontece comigo? Peguei no telefone...Não demorou muito tempo a filha chegaria para levar seu pai para o Brasil, não podia deixá-lo pai só, mas não deu tempo, ele estava morto no quarto. Chorou copiosamente, mas suas lágrimas não iriam trazer seu pai de volta.

"Nunca devemos deixar a sós nossos progenitores nem que tenhamos que levá-los a força"

"Ninguém deveria ficar só, pois deixamos um legado que têm que ser respeitado pelos filhos"

                                                                                                        (Dorli)