Saudades de
um tempo que não volta mais, crianças corriam descalças nas ruas de chão
batido. Um vizinho ajudava o outro no seu possível e à noite as mães sentavam
nas calçadas e o "papo" ia até altas horas da noite.
As casas
eram grandes, não havia garagem, mas sim uma entrada grande para colocar os
cavalos e as carroças de trabalho na roça, os homens tiravam os arreios dos
cavalos, davam capim e milho, iam limpando as éguas com umas escovas, as
bicicletas era feias e elas transitavam nas calçadas que eram de tijolos..
Os meninos e
algumas meninas andavam de bicicletas nas calçadas e outros meninos gostavam de
jogar bolinhas de gude na rua de terra e outros rodavam pião na calçada. As casas
eram bonitas por dentro, no mínimo três quartos de assoalho que as mães
enceravam e ficavam com brilho, havia copa, sala enorme, cozinha com fogão a lenha e mais
pra frente o banheiro. Ah! Que delícia, tinha banheira e um chuveiro no
alto, mas geralmente enchiam a banheira com as torneiras frias e quentes.
Os quintais
eram grandes, com jabuticabeiras, mangueira e uma enorme horta que tinha de
tudo. De um lado bem fechado com bambus secos e metade coberto, tinha o galinheiro, dali pegávamos ovos
das galinhas poedeiras e muitas delas chocavam e nasciam lindos pintinhos e ai daquele que chegasse perto dos seus filhotes, inchavam as penas e nos atacavam, as outras botavam ovos fresquinhos e esporadicamente comíamos um franguinho feito na panela de ferro
no fogão a lenha. O leite buscávamos nas casas que traziam dos sítios, onde havia vacas leiteiras. Tudo
era uma troca. Só pagávamos o leite.
Todos
juntavam lavagem para doar para quem tinha porcos que ficavam numa descida da
cidade, ninguém roubava e nem trancavam as casas, somente para dormir. Quando
matavam porcos cada um que dava lavagem ganhava um pedaço de carne e com o
resto fazia linguiça e muita banha.
As mulheres
eram prendadas: bordavam, outras faziam doces, com o milho faziam muita pamonhas,
curau e com o leite faziam queijo. Que delícia!
Alguns pais
trabalhavam nos sítios, os filhos maiores cuidavam dos pequenos e antes de ir à
escola, aquele banho gostoso com bucha e sabonete Gessy, um cheirinho suave.
Havia aula de manhã e à tarde, depois era juntar a turminha para chupar manga.
Os meninos subiam nos pés e jogavam mangas para as meninas.
Por fim
todos cresciam, uns bonitos, outros nem tanto, independente da beleza ou feiura
iam passear na praça e quando havia baile era aquele rock lascado, depois vinha
aquela música gostosa de dançar apertadinho.kkk
Hoje, aos 71 anos, não olvido daquele tempo que não volta mais.
Hoje, aos 71 anos, não olvido daquele tempo que não volta mais.
Eu vivi tudo
isso e você?
Eu fiz esse vídeo
A última escola que lecionei
Gostava das escolas de bairros
Gostava das escolas de bairros
Lembranças,saudades...O tempo realmente não volta. Com as lembranças temos que seguir! beijos, chica
ResponderExcluirMuito bem! Onde até as portas podiam ficar com a com a chave de fora, ou abertas!! Saudades mesmo!
ResponderExcluirA nossa estória ...possante telepatia ...
Beijos e uma excelente dia...
Minha amada mãezinha, tia ou professora Dorly ( a senhora escolhe rs).
ResponderExcluirTive uma infância meio complicada no sentido de morar com várias familias e lugares diferentes, no entanto, em meio a essas "tristezas", sabia ser criança, numa época em que a inocência ainda falava alto (anos 80). Hoje com o avanço da internet, momentos como esses, ficam apenas na lembrança, e nos seus lindos. Mil abraços, muita luz, você merece rainha!
Dan
http://gagopoetico.blogspot.com/
Bom dia amiga Dorli!
ResponderExcluirEu vi e vivi tudo isso,brincava na rua,andava de bicicleta,ficávamos nas calçadas sem temer nada,infelizmente o mundo mudou.
Lindo texto.
Bjs e obrigada pela visita.
Carmen Lúcia.
Oi, Dorli!
ResponderExcluirNasci e vivi até os 11 anos em Petrópolis, onde atualmente moro. Nasci num sítio, e, a minhaa vida era vivida exatamente como você descreveu. Como foi maravilhoso...! Eu, muito atrevida subia no pé de jabuticaba com uma leiteira cheia de água e ia lavando e comendo as frutinhas. Tinha as grandes, que chamavem de olho de boi, e as pequenas, que não tinham nome.
Naquele tempo não tinha nem televisão, quanto mais internet. Mas está tudo certo!
Beijos!
Oi Sandra,
ResponderExcluirTudo mudou para pior
Hoje tá um calor parece um inferno, minha cirurgia do pé está ferroando. Naquela época as estações eram bem definidas.
Você leu a postagem, pode comentar embaixo das antigas que respondo. Essas são as mais visualizadas, a primeira tinha 12000 visualizações: conto como era a minha infância na minha infância
Obrigada
Beijos no coração
Lua Singular
Dorli, quando vi a foto ilustrativa comecei uma viagem maravilhosa.
ResponderExcluirPasseei pelas minhas lembranças de uma cidade de terra vermelha lá num cantinho das Minas tão Gerais e vi o menino correndo pela rua atras de uma bola feita de uma meia cheia de retalhos. Subi pelas jabuticabeiras dos pomares, subi a serra dos lobos para pegar gabirobas e corri pelos campos fugindo de marimbondos.
Que bom vir aqui e poder viajar Dorli,
Um abração querida amiga.
Beijo de paz.
Olá Dorli ! Que bom voltar no tempo junto com vc . Huje a vida é outra , muitas facilidades , novidades todo dia . Mas falta a união , a solidadriedade , o conhecer o vizinho do lado . da um por si . Falta um pouco de humanidad e amor de verdade .
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