Deixei a cidade grande para morar no sossego no interior e,
chegando na cidade ela jazia arrastada no meio da floresta, o riacho quase
secou só vi um fogão a lenha.
Sentei no chão e chorei. O que aconteceu com a minha pequena
cidade? Nisso passa um velho e diz: um vento avassalador passou pela cidade,
matou muitas pessoas, esse vento trouxe pedaços da cidade para a
floresta.
Eu, Jucélia morava na capital, voltei e do que vi chorei...fiquei
como um zumbi dessa floresta esbugalhada.
Se muitos morreram e, dos sobreviventes que se foram, por que
ficou? Fiquei na esperança de aparecer alguém para me fazer companhia, então
Jucélia disse: vamos reconstruir, das cinzas nasceram o mato verde e, na
umidade da água a beira de um riacho quase seco será a força para a chuva cair
e assim aconteceu. Pingos grossos caíram em nossos corpos e gritei: que volte a
vida nesse pedaço de cidade na floresta.
Vamos chamar nossos vizinhos das outras cidades para construir uma
linda cidade e assim aconteceu.
Um mutirão chegou e a as obras simples começaram a dar vida na
pequena parte na floresta, fizeram várias casinhas e até uma capela e eu
andando já com o coração mais feliz. Uma chuva forte caiu, sorri, pois o rio
começou a encher trazendo consigo alimentos: peixes.
De repente ouvi o canto dos pássaros, as folhas das árvores
balançavam, os beija-flores batendo suas asinhas, as abelhas alvoroçadas e um
pequeno vendaval saudava a mais nova cidadezinha "emergida" das
cinzas e dos corações de muitas famílias.
Sentia o cheiro das flores, da chuva batendo na grama e da terra
fazendo as flores se abrirem para a vida. O Sol aqueceu a terra e eu bebia o
orvalho das gramas, em gratidão.
Muitos vieram morar nessa cidade, cada qual fazia sua pequena casa,
reergueram a cidade morta.
Então gritei a todos: Conseguimos com luta reconstruir nossa cidade; amanhã nossos medos morrerão no ar.
Foi o que aconteceu.