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Marilda era a mais linda jovem da minha pequena cidade. Era muito
disputada e eu como um rapaz pobre e recatado, procurava nem olhar para ela
quando passava por mim. Depois da passagem, meu olhar só era para ela, pernas
tremiam, enfim eu a estava amando.
Uma cidade pequena, só um clube para bailes e naquele mês haveria
um. E todos os jovens estavam eufóricos nos preparativos para o baile.
Eu, trabalhava num mercadinho e estudava à noite e ainda ajudava
minha família que era grande.Portanto minha roupa de baile era uma só, nunca
sobrava dinheiro para me vestir bem, mas não ligava, pois gostava da minha
simplicidade, o que me ajudava era a minha alta estatura e os meus olhos azuis,
meio apagados pela vergonha de encarar qualquer mulher.
Marilda era o meu oposto, solta, extrovertida, sorridente e
brincalhona, mas tinha uma qualidade que não batia com a minha:era filha do
usineiro mais rico da cidade.
Chegou finalmente o baile tão esperado. Era exatamente meia noite
quando cheguei ao baile; lindas jovens passavam por mim jogando aquele charme e
eu abaixava a cabeça, mudava de lugar.
De repente a orquestra para todos os que estavam dançando. Marilda subiu
até a orquestra e disse: hoje quero fazer algo inusitado; Vou roubar o par de uma linda jovem, é apenas uma brincadeira e aqui meu irmão irá dançar com aquela
que ficar só no salão. Foi um zum...zum... danado.
Ela desceu linda as escadas na lateral, acredito que todos os
rapazes ficaram eufóricos, eu procurei não tremer muito as pernas quando ela
chegou a minha frente e levantou meu braço. Quase desmaiei de tanta
felicidade.
E o baile continuou; Marilda colou seu lindo rosto perfumado no meu, eu fui
às nuvens e voltei rapidinho, então ela disse: Jônatas, eu o amo e beijou meus
lábios vagarosamente, devo ter enlouquecido, abracei-a com força e beijei seus lábios com muita paixão, foi quando ouvimos o bater de palmas, acordamos,
sorrimos e continuamos a dançar até o alvorecer.
Nos casamos e fomos morar numa bela casa, presente de seu pai, eu
fui trabalhar na Usina dele e nós dois íamos fazer Faculdade à noite. Meu Deus,como éramos felizes! No ônibus jogava seus cabelos doirados no meu ombro e
adormecia.
Já fazia cinco meses do nosso casamento e na volta da Faculdade
houve um acidente com o nosso ônibus, muitos feridos e alguns mortos e,
desmaiei quando vi Marilda sem vida.
Todos os dias venho aqui onde ela foi enterrada e choro a sua
ausência; depois vem aquela paz, parece que ela está junto a mim.
Jamais quero outra mulher, Marilda sempre será o único amor da
minha vida...