Conheci meu amor no primeiro ano do curso primário. Éramos duas
crianças peraltas e inteligentes; no recreio ele vivia a me vigiar e eu me
achava toda. Queria sempre me proteger das possíveis brigas.
Achava muita graça, mas gostava do seu dengo, assim passamos nossa
infância entre olhares infantis. Nos tornamos adultos e sempre juntos na mesma
classe; nos formamos na mesma turma e, ele sempre a me olhar.
Numa sexta-feira chuvosa ele declarou seu amor por mim, tinha
apenas dezesseis anos era ingênua e fiquei feliz, aos vinte anos nos casamos,
tivemos dois lindos filhos que só trouxeram alegrias e felicidades para a nossa
vida.
Nosso amor foi cultivado numa terra fofa, adubada com nossa
inocência; hoje estamos velhinhos acabou-se as loucas paixões, sobrou o amor
sincero e boas recordações.
E para completar nossa felicidade, nossos filhos casaram-se muito
bem e moram por perto e aos domingos todos vêm cá para o almoço que as noras
preparam e os cinco netinhos correm prá lá e prá cá e se jogam numa pequena
piscina.
Hoje eu falo para o meu velhinho: nosso amor sempre foi lindo.