Estou caminhando essa
estrada ao encontro do nada, renunciei a mim mesma. Um vazio invade minha
mente. A fé sumiu, pois um furacão há meses assolou nossa vila levando toda a
minha família. Tinha ido à cidade com minha carrocinha e as bestas comprar
alimentos de sobrevivência. Nesse intermeio, houve um grande furacão num lugar
lindo onde morávamos em cinco famílias. Todos morreram.
Estou
nessa estrada fugindo da desgraça que me levou tudo, só me deixou uma solidão
acompanhada com um nada. Virei um mendigo à procura do vazio.
No
meio da estrada encontrei meu compadre com uma carrocinha: Suba compadre, você
não merece viver na mendicância. Sua família lá no céu não iria gostar. Venha
morar na minha rocinha, lá encontrará uma casinha, terá trabalho e o que comer
e não quero vê-lo maltrapilho, em casa tenho umas roupas se lhe servir, serão
suas.
No
outro dia, ninguém conhecia Miguel: barba feita, bem vestido, era domingo dia
de missa na capela). Todos foram, era proibido falar do desastre.
Miguel
estava ajoelhado e uma linda cabocla deu-lhe um lindo olhar, seu coração
estremeceu, a vida estava recomeçando para ele.
Era
domingo, a noite faziam um bailinho na roca, Miguel e a cabocla Jandira meio
que sem jeito começaram a dançar, seus corações batiam tão fortes que parecia
que iriam sair pela boca. Eles estavam se gostando. Que bom!
Uns
meses passaram e foi feito o casamento de Miguel e Jandira- estavam tão lindos
ao entrarem na igrejinha...
Cada
um ajudou e fizeram uma festinha pro casal apaixonado. A dança varou pela
noite inteira.
Do
amor dos dois nasceram cinco crianças sapecas e inteligentes.
Não
se deve renunciar à vida, Deus manda um anjo para refazer a nossa vida.