sábado, 18 de junho de 2016

A viuvez




É uma dor que dilacera seu coração, até ontem dormíamos abraçadinhos, o frio lá fora cortava, o vento insistia entrar pelas janelas. Mas de repente senti que a janela abriu devido a frieza do meu amado.
Ele estava morto. chorei todas as lágrimas do oceano e fui me desgrudando dele vagarosamente, meus soluços doíam meu peito, mas tinha que avisar a família.
Tomei um rápido banho coloquei um conjunto caqui, retirei minhas jóias e com dois lenços nas mãos chorava torrencialmente, peguei nas suas geladas mãos e a beijei, os olhos abertos parecia sorrir para mim, não era sorriso foi a dor do infarto que o culminou à morte.
Fui até o guarda-roupas escolhi o mais lindo terno. Tocaram a campainha eram seus filhos acompanhados com as noras já chorando a perda, filhos que começaram a nascer quando eu tinha dezesseis anos. Era muito jovem, será um grande amor que irá perdurá para a eternidade.
O tempo foi passando, vendi o apartamento, fui morar numa casa próxima a do meu filho, tinha na época do infortúnio trinta e seis anos, a beleza ainda me abraçava, mas a tristeza me deixava desleixada.
Um dia, uma nora que gostava muito de mim me disse: sogrinha, a senhora não poderá ficar nessa solidão do contrário irá adoecer, a senhora precisa viver trouxemos para o jantar um senhor viúvo de cinquenta e dois anos, a senhora tem quarenta e cinco, quem sabe...
À noite, depois do banho, minha nora me levou para o quarto, escolheu uma roupa de se de cor mais alegre, brincos combinando com tudo. Os saltos altos deram um charme aquela mulher que ficou irreconhecível. Todos viram a troca de olhares e um rápido sorriso entre eles.
O tempo passou, começaram a sair assistir peças teatrais, cinema, jantar fora e num dia estrelado ele a beijou e foi correspondido.
Entraram de mãos dadas e todos os filhos estavam em casa, então, o namorado pediu a mão da mãe em casamento aos filhos. Todos riram.
O casamento aconteceu, a festa estava linda, foram viajar em lua de mel, não quiseram dizer os nomes, isto é, cada dia iriam para uma cidade.
Quando se tem uma família linda e inteligente, a felicidade está estampada nos rostos de todos.

4 comentários:

  1. Eu imagino a dor que fica quando se perde o amor da nossa vida,ainda bem que nessa história ela consegue um outro para fazê-la feliz.
    Lindo conto Dorli.
    Bjs-Carmen Lúcia.

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  2. Obrigada amiga Dorli pela visita e um ótimo final de domingo.
    Bjs-Carmen Lúcia.

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  3. Boa noite, querida Dorli!
    Aconteceu com uma amiga que amanheceu com marido morto na cama e gelado que a fez perceber logo...
    Foi horrivel para ela!
    O final da história feliz foi muito legal!
    Bjm muito fraterno

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  4. Boa tarde, a vida oferece o inesperado, uma linda viúva triste (é normal) passou a ser uma viúva ainda mais linda, iluminada pela nova felicidade que o inesperado lhe ofereceu.
    As suas melhoras e boa semana,
    AG

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