Estou cansada da minha vida pacata não sei o que sinto se é raiva ou pavor; mas às vezes tenho vontade de desaparecer, fazer o inverso de minhas ações. Deixar a apatia de lado e fazer uma revolução na minha vida.
Eu sou só, meus pais morreram e fiquei nessa imensa casa sem ninguém. Tranquei a Faculdade, meu muitos amigos não vão querer sair com uma jovem velha, reclamando de tudo e nem tenho vontade de nada.
Vou trancar minha casa com meu corpo lá dentro e desaparecer. Ninguém vai me ver, só eu poderei ver como tantos sofrem nesse mundo cruel. Ouço o choro das mulheres que perderam seus maridos e namorados na guerra; crianças que choram a fome, os assassinatos em séries.
A noite quando a lua aparece e as estrelas brilham as ondas do mar fico eu a pensar: quem sou eu? Viver fora de mim é a pior miséria. Vou voltar: abro a porta e vejo meu corpo lindo e estático
Apossei-me do meu lindo corpo e fui direto à praia, a noite sorria com os murmúrios das ondas do mar. A claridade da noite e a beleza da lua me fez furar uma onda grande e nesse momento ouvi alguém pedir socorro e nadei, peguei no corpo de um jovem que estava se batendo, dei-lhe um soco na cabeça para desmaiá-lo, do contrário estaríamos mortos no fundo do mar. Arrastei-o até a praia, fui esfregando seus pulsos, ele acordou assustado e me perguntou: eu não morri?
Dei uma gargalhada e lhe disse: se não é bom nadador não deveria aprofundar até o mar. Pediu-me desculpas.: eu sorri.
Diante daquele jovem lindo e tremendo de medo e frio, agasalhei-o com umas toalhas, deite-o no meu colo, acariciei seu rosto e ele adormeceu e eu também, tamanho foi o cansaço.
Eu precisei desaparecer para ver as desgraças da vida para dar valor a minha vida tranquila e boa demais.
Hoje estou feliz, pois me apaixonei-me por Henrique, aquele que estava se afogando e agora se afoga com meus beijos.