Entre Rose e Francisco o que sentiam era um amor
proibido, mas as más línguas foram bisbilhotar com a mãe de Rose esse
"fleter". Se falasse a seu marido, violento como era, ele iria surrá-la
até desfalecer.
O que o pai não sabia era que Rose estava acometida
de câncer e a pedido dela sua mãe condoída da sua triste sina não lhe contava.
Naquele tempo não existia a quimioterapia que vai
prolongando, bem debilitado, o doente, dando a ele uma esperança de cura. Cura
que depois de muito sofrer é a morte...
Assim, às escondidas de todos (de medo das más
línguas) se encontravam onde havia árvores frondosas, o chão mais parecia um
tapete de folhas e flores, assim eram as árvores, O que clareava um pouquinho
era a Lua, que parecendo sua amiga dava alguns fleches de claridade e num
grande buraco do tronco de uma árvore se amavam. De repente via por entre as
frestas das árvores o por do sol querendo dormir. Esse era o momento de irem
embora.
Os anos se passaram, de repente naquela fraqueza
toda engordava, estava grávida. O que fazer? Começou a usar vestidos soltinhos,
ainda o pai a elogiou: até que enfim melhorou da anemia.
No outro dia o casal se encontrou no mesmo lugar e
lá pediu a Francisco que seu pai iria lhe matar, de tanto insistir fez o que a
amada pediu. Foi. Sua mãe, sempre por cartas mandava-lhe notícias de sua amada.
Mas, como nem tudo são flores, o pai ficou sabendo,
chegou em casa esbaforido perguntando por Rose. Sua mãe disse que estava
dormindo sua grávida vadia e num surto de raiva deu-lhe um chute na sua
barriga, gritando muito. Ela não se movimentou, ela frágil, morreu.
Sua mãe vendo a fúria do marido foi até o quarto,
pegou nos bracinhos da sua filha, já sem pulso gritou: assassino, matou sua
filha com câncer e no último mês de gestação poderíamos ter uma netinha, pois
sua filha estava condenada a morte. A mãe de Francisco telefonou ao filho.
O pai de Rose gritava de dor, dava urros e ela não
voltava, estava morta. Saiu com seu revólver e gritava: eu vou com você filha,
perdoa seu pai. Ele saiu em disparada justo no lugar lindo onde sua filha amou
Francisco e juntos iriam lhe dar uma neta.
A noite estava escura, não tinha o pôr do sol,
chovia forte e não se via a lua. Pegou seu revólver e atirava no seu ouvido,
mas a bala não saia, sentou numa pedra e parecia ouvir o murmurar da sua única
filhinha.
Aí, pensou: ela não merece que o demônio do seu
pai, de tanto amá-la, a queria só pra si e não sabia doente e nem adiantava,
pois essa doença mata e ela não queria que eu sofresse e chorou a noite toda.
Quando os primeiros raios de sol passavam pelas
árvores, levantou. Sua casa lotada, pois naquele tempo o velório era feito em
casa, depois na igreja o padre benzia e o corpo e muitos foram até a cidade
para o enterro de Rose, nisso Francisco encostou no pai de Rose e disse: matou
minha amada e meu filho. Ambrósio, pai de Rose pediu perdão a Francisco e
assim seguiu o enterro.
No outro dia, Ambrósio ouvia a voz de sua filha que
o direcionava até onde ela amava Francisco ele a via toda linda flutuando
e sem dizer nada, pegou na mão do seu filho e subiram aos céus.
Ambrósio, o avô enlouqueceu...