Cleusa,
uma menina linda estava feliz, com ela seu pai, andava de
"jardineira". Estava anoitecendo, foi a última parada. Desceram, seu
pai arrumou seu vestido lindo branco rodado, chapéu feito pela sua mãe
enfeitado com duas flores pequenas levemente rosadas suas duas lindas tranças
bem cuidadas.
Era
uma linda bonequinha que já entendia o que ia acontecer, mas para ela melhor
seria o purgatório do que o inferno da fome. Ela estava a caminho da casa de
seus tios, a tia era irmã da sua mãe que trabalhava duro e não tinha filhos.
Depois de andarem muito, ela um pouco no colo e outras vezes andando estava
feliz: ia visitar os tios.
Era
noite alta, chegaram. Seu tio sentado na varanda da casa ouvindo a voz do
Brasil. Meu pai abriu o portão, disse alô, subiram as escadas e já na varanda
disse: tome, essa é sua... Ela correu ao colo do seu tio deu-lhe muitos abraços
e beijos. A tia (de sangue) não saiu e o tio disse: Ângela, venha ver o que
Manoel trouxe pra nós. Cleusa espiou: ela estava arrumando a cama. Ela veio
olhou a menina e entrou. Ela não podia ter filhos.
Seu
pai deu-lhe um gostoso banho, colocou um pijama limpinho, tomaram leite com pão
e foram dormir. Uma cama enorme só para os dois ,ela amava seu pai, era muito
carinhoso, mas vagabundo.
No
outro dia era domingo, seu pai foi embora cedo e sua tia gritou: acorda
vagabunda, chamou algumas vizinhas para mostrar o presente "grego"
que havia ganhado, pegou uma tesoura cortou suas tranças, Cleusa chorou
baixinho. Começou aí seu calvário.
Cleusa,
muito inteligente sempre a primeira aluna da classe. Ela quis fazer Faculdade,
seu tio de medo não deixou, então ficar a sofrer as sovas que sua tia dava
disse que iria para São Paulo na casa da irmã do seu tio.. Seu pai (agora)
chorou a sua ida e o abraçando Cleusa falou baixinho: "papai" eu te
amo e viu lágrimas descendo dos seus olhos.
Cleusa
arrumou um bom emprego, à noite cursava Faculdade de física, não quis se casar,
comprou um apartamento pequeno e foi pagando. Seu tio foi visitá-la no seu
apto, levou dinheiro para ela quitá-lo e não adiantava dizer não. Ele foi o
anjo que Cleusa ganhou de presente, pois sua tia a espancava quase todos os dia
e ela não falava nada.
Sua
tia adoeceu, Cleusa fechou o apto e voltou para o inferno. Encontrou na sua
cidade o grande amor de sua vida, fez concurso e foi trabalhar casou-se e
adotou uma criança que fez o contrário da sua tia.
Cleusa
cuidou da sua tia até a sua morte e olha que não foi fácil, ela não andava,
tinha que dar banho, comida na boca, etc...
O
tio de Cleusa passou em vida todo o seu patrimônio, a tia não gostou, mas teve
que assinar. Ela se arrependeu e pediu perdão a sobrinha e ela respondeu: que
isso tia, a senhora não tem que me pedir nada, eu é que tenho que agradecer
a" maizona" que sempre foi.
Morreu
no hospital e não demorou muito tempo ele foi ao seu encontro: Cleusa chorou.
Cleusa,
já velhinha, seu marido já morto não podia ir a diplomação da sua filha
Angélica, então, ela sabendo de toda a sua vida pediu licença aos professores,
foi buscá-la na plateia e com a cadeira de rodas subiu a rampa. Recebeu o
diploma e entregou a sua mãe, ela chorou de felicidade. Todos aplaudiram muito.
Não
demorou muito tempo Cleusa morreu dormindo. Angélica chorou copiosamente.
Nossa... que história infeliz, quanto sofrimento, quanto rancor! Mas existe, sim, e coisas piores. Assim é o ser humano, Dorli, uns bons, amorosos, solidários, outros... monstros! E chamamos tudo isso de humanidade!
ResponderExcluirBeijo, querida.
São histórias...Porém existem algumas realidades assim. Gostei de ler.
ResponderExcluirBeijinhos e um bom Ano para si.
A Tais disse tudo o que penso uma história muito infeliz e com bastante rancor, mas muito bem escrita minha amiga.
ResponderExcluirUm abraço e Bom Ano de 2017.
Andarilhar
Histórias da vida real, embora triste mas bem contada aqui. Parabéns Dorli. Desejo a vc um ano Novo com paz e saude bjs
ResponderExcluirUm história de dor igual a de muitos!
ResponderExcluirbj e um 2017 bem feliz!
https://mgpl1957.blogspot.pt/2017/01/a-preto-e-branco.html
Un felice 2017 per te e famiglia.
ResponderExcluirAmiga Dorli,você não havia liberado os cometários quando passei aqui.
ResponderExcluirUma triste história que poderia ser de todos nós.
Bjs -Carmen Lúcia.