Quando
nasci sem ser planejada pelos meus pais fui jogada ao "léu", isto é,
era como se fosse uma peça descartável que não havia nenhum lugar dentro de
seus corações e, assim fui crescendo com ajuda de vizinhos, pois meus pais iam
trabalhar na roça e eu ficava a mercê e chorava um choro doído que comovia os
que moravam na fazenda e a cada dia uma vizinha me levava pra casa para me
livrar da morte.
Um
casal que não tinha filhos foi ao juizado de menores, pois queriam me adotar
já que meus pais, pelas suas atitudes queriam que eu morresse de fome ou
impregnada de vermes tal era os seus desprezos por mim. Que culpa tinha o bebê?
Quando
meus pais chegaram da roça, o juizado de menores estava nos aguardando para
entregar uma intimação. No outro dia, já na cidade eles se dirigiram ao Fórum
da cidade. Lá aconteceu todos os
trâmites e eu fui morar com a outra família, tinha cinco anos e não era
registrada, foi quando o registro foi feito no nome do casal que ganhou a minha
adoção plena por abandono de menor.
Por
incrível que pareça a garota foi quem escolheu o seu nome:
"Esperança" e assim foi feito o registro normal.
Mudamos
para Santos e me registraram em nome dos meus pais verdadeiros e, depois de
dois anos de adoção plena foi feito outro registro normal em nome dos que hoje
são meus pais. Como eles me tratavam bem... Ia com ele para a praia todos os
domingos, brincava na areia e mamãe me levava para dentro do mar e ali brincávamos, depois íamos comer
peixe e minha sobremesa era sorvete. Ah!. Como eles me amavam.
De
repente do nada, sem que ninguém soubesse minha mãe começou a engordar aí,
passei a mão na sua barriga e gritei: meu irmãozinho está chorando. Como filha,
mamãe só tem você que foi o anjo que matou tristeza.
Nossa
casa era grande e os dois trabalhavam, eu ficava numa escolinha particular de
meio período foi até que um dia papai disse: mamãe vai ao médico, todos fomos.
Deu-me um banho cheiroso, colocou-me um vestidinho de organza cristal
rosê e um lindo laço de fita em meus cabelos. Como era feliz!
Papai
tirou o carro da garagem colocou-me em segurança atrás e rumamos ao médico,
depois de alguns exames, deu um papel branco para que ela fizesse exame de urina: voltamos ao médico em três dias: "na mosca", depois de sete
meses nasceu Rafael, meu irmãozinho.
Como
fiquei feliz! Teria com quem brincar enquanto não estava na escola.
Sempre
soube que era filha do coração, entrei na Faculdade de Medicina, sempre quis
salvar crianças, foi daí que escolhi ser médica pediatra, depois da Residência
já tinha meu consultório com uma enfermeira e outra que ajudava na limpeza.
Todos os dias o consultório ficava lotado, pois perceberam que eu amava muito
as crianças.
Nunca
ninguém soube que era adotiva, desconfiavam, pois era morena parda dos olhos
azuis e cabelos pretos.
Logo
encontrei um bom homem, nos apaixonamos e tivemos gêmeos para a felicidade dos
avós "corujas".
Enfim,
trocamos amor e felicidades e bem mais tarde, nossos irmãozinhos ficavam com as
duas babás sob os olhares da vovó para ver se elas estavam tratando bem seus
netinhos.
Que
família eu cresci! Logo meus irmãozinhos cresceram e nas férias íamos passear
cada ano numa cidade turística.
Como
diz o ditado:
"Sorte
é pra quem tem e não pra quem quer".
Tantos casos assim e que sorte tem as crianças que encontram pais que verdadeiramente as amam e fazem bem crescer! Lindo! bjs, chica
ResponderExcluirUma história de vida que gostei de ler!
ResponderExcluirBom fim_de_semana Dorli
Bonito conto!:)
ResponderExcluirBeijo...Boa tarde...Bom fim de semana.
Que história linda Dorli!
ResponderExcluirAcho um dom divino a adoção.
Bjs e um ótimo final de semana.
Carmen Lúcia.
Olá querida Dorli .
ResponderExcluirUma linda história, a menina teve sorte sim, eu como filha adotiva que fui, só ganhei sofrimento na infância e maus tratos. Graças a Deus cresci e venci!alento
Gostei da narrativa, bem elaborada.
Bom sábado.
Bjss
Gostei do post
ResponderExcluirBonito texto
Bjs
Kique
Hoje em Caminhos Percorridos - MULHER...
Uma história linda e comovente:)) Obrigada. parabéns... :))
ResponderExcluirHoje :- Melancolia da lágrima
Bjos
Votos de um óptimo Domingo
Que criatividade, querida Dorli, uma história que comove, nos faz pensar que isso existe e muito! Existe sorte, sim! Muito bem contada.
ResponderExcluirBeijo, uma linda semana!
Olá Dorli
ResponderExcluirLinda história, a adoção é um ator de amor. Bjs querida.
Una bella storia di vita, un pò commovente.
ResponderExcluirBuon fine settimana.