Eu sei que vou morrer,
mas antes vou encher minha malinha de boas ações para distribuir ao mundo, e
dentro do meu corpinho há coisas boas que também quero doar.
Saí
de casa bem cedo entrei num matagal baixinho. A saudade de mamãe e papai era
grande, então, uma lágrima caiu peguei-a com a mão e a joguei para trás. Foram
muitas lágrimas e jogando para trás.
Estava
anoitecendo, olhei para o céu, havia uma luminosidade muito grande, vi a lua,
mas nenhuma estrela. Quando olhei para trás vi um rastro grande de trigo, aí
pensei: cada lágrima nasceu um pé de trigo, então posso antes de morrer ajudar
muita gente a não morrer de fome. Que bom! Comi meu lanchinho, bebi meu suquinho
e, cansada na relva adormeci.
Acordei
no colo de um anjo. Não se assuste, se ficasse embaixo os lobos poderiam
comê-la. Colocou-a no chão e voou rápido.
Do
nada uma chuva forte começou a cair, a terra ficou tão alagada e as estrelas
começaram a brilhar, toda aquela inundação, mas elas não podiam me ajudar pois me queimariam. Nisso voando a mil veio o anjo, pegou-me no colo e subimos num
pequeno monte e me disse: preste atenção quando a água abaixar o que acontecerá.
Eu
olhei para o chão e segurei minhas lágrimas e o que vi fiquei foi tão lindo que
fiquei extasiada. No lugar daquele mato seco e alguns pés de trigo nasceu a
maior maravilha do mundo. O anjo levou-me para ver de perto e achei estranho e
engraçado, havia muitos eu iguaizinhos a mim.
Nos
abraçamos e cada criança, menos eu ganhou umas asinhas para voar o mundo
levando sementes do amor e dos alimentos. Nisso mamãe chegou chorando e viu
aquela maravilha, muitos alimentos e flores.
Mamãe
perguntou-me: por que fugiu de casa? Aí respondi, já que ia morrer, quis
distribuir amor e alimentos a todos.
Mãe:
Por que não morri? E sua mãe beijando-a respondeu: porque anjos não morrem.