domingo, 6 de novembro de 2016

A ventania



Picasso

A ventania chega forte faz estragos
Não perdoa ninguém, nem mulheres 
Nem crianças, adultos e velhos escapam
Todos se escondem embaixo da cama
A cama quebra e pela porta nos leva a alma
O rio transborda leva pedaços de humanos
Que horror! Vamos rezar...Nada adianta
Vemos pessoas pedindo perdão pela traição
Quem diria que aquela tonta da feia Joaquina
Tivesse um amante enquanto seu marido batalhava?
Ninguém conhece o outro, o bizarro goteja lágrimas
Onde estão as crianças? Desceram a correnteza
Lá embaixo anjos lindos foram socorrê-las 
A ventania passou levou nossos sonhos e barracos
Todos amontoados numa escola, ouve-se gemidos
De dores e saudades do que a ventania arrebentou
Barracos e os corpos dos amigos; ouve-se lamentos
A vida é assim para a pobreza mundial, a sofreguidão

6 comentários:

  1. Uma descrição dos horrores das enchentes, que turvam nossos olhos e expõem a fragilidade da vida e de todos nossos sonhos.
    Os fenômenos da natureza desconhecem classes sociais, embora nos pobres faça mais estragos.
    Bom texto Dorli.
    Abraços com carinho

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  2. Triste a ventania e seus efeitos...Tão normal atualmente...bjs, chica, ótima semana!

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  3. Poema lindo, triste e muito real. Gostei

    Beijo e uma excelente semana.

    http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

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  4. A ventania é mais um reclamo da Natureza, pelas agressões que o homem lhe impõe. A ambição e a falta de respeito estão acima de tudo. Belo poema amiga Dorli.

    Beijos,

    Furtado

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  5. Dorli eu tenho muito medo desses ventos fortes,principalmente quando estou só,por outro lado penso nas pessoas que vivem em barracos e são destruídos pela forte ventania.
    Adorei ler.
    Bjs-Carmen Lúcia.

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  6. No teu poema, Dorli, está presente uma realidade
    que não pode ser negada. É bem assim mesmo. Parabéns.
    Abraço.
    Pedro.

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