quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Caminhando contra o vento





Meu nome é Larissa, era uma nenê feliz enquanto estava quentinha no ventre da minha mãezinha, que ao me dar a luz, morreu. Ninguém soube explicar o motivo, era uma jovem saudável, seu coraçãozinho parou à hora que eu nasci. A vida não nos deu tempo de nos conhecermos.
Papai ficou desesperado, precisando trabalhar deixou-me aos cuidados da vovó. Enquanto estava lá, fui crescendo com saúde e muito amor. Fiquei com vovó até os cinco anos.

Papai conheceu outra jovem, casou-se com ela e foi me buscar para vivermos uma família feliz. Lucia era o nome daquela que seria minha segunda mãe. No começo tratou-me bem; passado uns três meses, queria sair às compras e eu era seu empecilho, tinha que me levar junto. Vi que já estava perdendo a paciência, um dia gritou comigo: se não fosse você eu seria feliz com seu pai.

Esperei os primeiros raios solares do amanhecer despontar e, só com o meu registro de nascimento e com a roupa do corpo saí por uma estrada que parecia não ter fim, nisso um vento forte começou balançar as folhas das árvores. Fiquei com medo. Mas, tinha que caminhar contra ele para chegar a lugar algum.
No instante que o vento se tornava mais forte, passou um carro com um casal, parou no acostamento e perguntou-me: Onde você vai criança, deveria estar com seus pais. Contei o ocorrido.

Parece que ninguém deu por minha falta, pois ninguém foi me procurar, nem o meu pai que eu amava tanto, fez nada, pois nem queixa na polícia foi dada, do contrário, o casal que me achou teria me devolvido e, com dez anos de convivência com eles, cresci cercada de carinhos e com três irmãs lindas que me amavam.

O tempo passou rapidinho, formei-me advogada e, uma surpresa preparada pelo destino iria me entorpecer na hora de receber o diploma. Todos parecíamos iguais com aquela beca preta, eu fui a oradora da turma, estava nervosa, pois nunca havia falado em público. Então comecei: 
Em primeiro lugar quero agradecer a minha mãe que me colocou no mundo que tivemos o desprazer de não nos conhecermos. Olhei pra cima. Agradeço aos meus pais que me adotaram e é  para eles que oferto o meu diploma com amor para guardarem em seus corações. O meu eterno agradecimento as minhas irmãs, colegas...

Enquanto fui fazendo minha oratória, alguém na platéia  estava irrequieto, suando, ao seu lado uma senhora um pouco familiar. Senti uma pontada no meu coração, sabia que era meu pai. No fim da oratória disse: A meus pais adotivos que me amam, cuidam de mim e estão me proporcionando esse momento único de alegria, quero dizer que os amo muito. Parei....Lágrimas debulhavam.Todos se entreolharam, desci até a platéia, em frente ao meu pai que chorava aos prantos disse: a você meu pai ofereço minha piedade.




Dorli Silva Ramos

8 comentários:

  1. Muito lindo Dorli!Pais são os que criam.Muitas vezes os de sangue,abandonam seus filhos e como na história apenas merecem piedade.

    Bjs amiga
    Carmen Lúcia

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  2. Caminhando contra o vento
    Pela longa estrada fora
    Leva com certeza no pensamento
    A felicidade a toda a hora!

    No ventre de sua mãe estava
    Feliz e quentinha
    Agora pela longa estrada andava
    Pensando na sua querida mãezinha!

    Com muitas saudade dela
    Sem nunca mais a poder encontrar
    Lindas são as tranças dela
    Pela estrada fora lá vai ela a caminhar!

    Lindo o seu poema
    De o ler muito gostei
    Escolhido forte tema
    Em seu cantinho o encontrei!

    Desejo uma boa tarte para você,
    amiga Dorli,
    um abraço
    Eduardo.

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  3. Dorli minha doce amiga.
    Pais são os oferecem amor incondicionalmente independente dos laços de sangue. Os que abandonam são dignos de comiseração e dó. Intenso e emocionante. Beijooooos
    Gracita

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  4. Uaw. Achei a narrativa mais forte até então.
    Imaginei algumas riquezas de detalhes a mais que a minha mente permite criar e acrescentar. Mas em geral, se tu escrevesse um livro com narrativas e contos ou simplesmente uma única história, eu compraria e leria rapidamente :B



    Tem post novo lá. Te aguardo pra um comment.
    diademegalomania.blogspot.com

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  5. Que lindo Dorli, amei.
    Pois é amiga, quem ama de verdade e cria com amor uma criança é que são verdadeiros pais.
    Minha irmã a filha mais velha dela é do coração e nem lembramos disso, por que ela é nossa menina querida, hoje com 25 anos, psicóloga e muito feliz graças a Deus.
    Lindo seu conto amiga querida, beijinhos no coração.

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  6. Que linda história Dorli..emocionante!! Parabéns pelo belo blog, já estou te seguindo. Abraços. Sandra

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  7. O final me deixou sem ação. Uma boa leitura causa isso.

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