Casa de sapé

casa de barro

 Como eu gostaria de morar entre o verde das matas, numa pequena casa de sapé. Ali criaria galinhas, frangos e porcos. No fundo do casebre feito de barro batido faria uma linda horta. Não longe dali tínhamos frutas, legumes, porco de engorda, galinhas caipiras Tudo que fosse possível para viver bem e com saúde. A cidade ficava logo abaixo, mas éramos tratados bem, tínhamos hospital na cidade.

O alimento era feito no fogão a lenha, fazíamos linguiça, chouriço e quando tínhamos vontade de comer carne de vaca eu pegava carona no ônibus da Prefeitura, descarregávamos tudo que plantamos bem no alto de um monte, vendíamos tudo e com o dinheiro comprávamos tecidos para eu coser roupas para todos da família que era bem numerosa: os pais e os sete filhos, íamos ao mercado fazer a compra do mês e o que sobrava guardávamos no Banco da cidade.

Não tínhamos luz elétrica era lampião, a roupa era passada com o ferro de brasa. Uma vida humilde, mas honesta e feliz.

O tempo foi passando as crianças cresceram, foi uma loucura para fazer o enxoval e no final todas tiveram um belo enxoval, aí sua mãe disse: eu amo todos os meus filhos e que saibam escolher o marido e a mulher para se casar.

Não demorou muito tempo cada um se arrumou na vida, se casaram e me deram vários netinhos lindos.

Hoje moro na cidade com meu marido, mas tenho saudade daquela vida gostosa que tínhamos, mas valeu a pena tenho hoje minha casinha na cidade frutos do nosso trabalho e meus filhos todos estão bem. E se eu não guardasse dinheiro no Banco, já velha, sem forças para o trabalho? Meu velho nada fala, mas estava cansado também.

Não importa onde moramos, o importante são os valores, os bons tempos idos e a filharada que tivemos que criar na rigidez da honestidade.