sábado, 25 de maio de 2013

O Sol que não queria dormir ( miniconto)





Todos os dias saio de casa, ao entardecer, para ver um dos maiores  espetáculos que ocorrem na natureza, aqui perto da praia: o pôr do sol. Só que hoje houve algo inusitado: o sol não estava com sono, e seus raios espelhavam-se nas águas do mar parecendo estrelas que não afundavam e nem se apagavam da superfície das águas.
Eu nunca tinha visto tanta beleza, estava só na praia e queria pegar todas as estrelas  das águas. Claro, não consegui, pois só eram os seus reflexos. O mar estava brando com tanta luminosidade. De repente começa cair uma chuva fina, ou seja um chuvisco e eu já fora das águas perto de umas árvores vi que algumas gotículas d'águas fazendo forças para ficarem nas folhas em forma de orvalho e não se espatifarem no chão, algumas caíram e correram para o mar.
De repente começou a escurecer, eu estava com muita sede e fui beber das gotículas que ficaram presas nas folhas das árvores. Elas escorriam na minha boca sorrindo de felicidade, pois iriam saciar a sede de uma linda jovem que se encontrava solitária na praia.
Fiquei com muito sono, minhas pernas cansadas, a escuridão não me permitia ver o caminho de volta, então, ali mesmo na praia fiz minha cama e dormi. Acordei assustada e, no meio do sono, minhas vistas ofuscadas com raios de lanternas, era meu pai e seus vizinhos à minha procura na praia. Fui tentar contar o que aconteceu, desfaleci.
Acordei na minha cama quentinha e pelas frestas da  janela vi os raios solares entrarem... escancarei-a e observei o lindo alvorecer, parecendo estar sorrindo e me dizendo bom dia. Chamei mamãe e ela me disse: filha, ontem você nem jantou, dormiu cedo e nem foi apreciar o pôr do sol.



Dorli Silva Ramos

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Mulher fascinação




Mulher fascinação é deslumbrante
Provoca uma atração irresistível
Seu fascínio machuca corações
Tem no seu olhar o magnetismo

Mulher fascinação é meu sortilégio
Me deixa em devaneio ao vê-la
É encanto do meu louco coração 
É uma tentação em forma de mulher

Mulher fascinação deixa homens loucos
É o êxtase do meu prazer incontrolável
É o deleite depois da paixão desvairada
É a suavidade depois do meu delírio

Mulher fascinação é uma bela magia
Um esplendor de linda mulher sedução
Se casar com essa mulher fico louco
O ímã atrai minha obsessão pelo ciúme

Dorli Silva Ramos


Eu te amo




Eu te amo

Pelas vezes que olhou para mim e sorriu
Pelos banhos de chuva no nosso quintal
Por me prometer amor sincero, eterno...
Nas alegrias, nas doenças e desavenças

Eu te amo

Por aguentar meu gênio chato nos fracassos
Por falar todos os dias: eu vou cuidar de ti
E me dizer todas as noites: mulher eu a amo
Tu és a melhor coisa que me aconteceu

Eu te amo

Pelas vezes que viajamos por doenças e passeios
Por nunca fraquejar nas dores da minha carne
Por não esquecer de dar os meus remédios
Por dizer que passará todos teus dias a me amar

Eu te amo

Por enxugar minhas lágrimas quando entristeço
De me dar razão, mesmo errada pra ver o sorriso
Que vira gargalhada e corro para te abraçar
Dizendo baixinho no teu ouvido: "mô", te amo


Dorli da Silva Ramos

quinta-feira, 23 de maio de 2013

O mar me chama (reedição)



Moro numa casa simples à beira mar. Numa noite calma o mar me chamava, ouvia o barulho das ondas agitadas, resolvi atender seu pedido.
Ao chegar à praia vi uma onda gigante que chegava a minha direção, quebrou na praia, molhou meu rosto,  ouvi um barulho perto de mim; alguém disse: Olá! Petrifiquei.
Um lindo jovem vestido com elegância, não para uma praia e sim para uma festa, tinha um semblante que me intrigava, rosto muito branco, de seus lábios ouvi um triste murmúrio: não se assuste, já lhe amei em outra vida.
Pegou em minha mão, estava gelada e suavemente começamos a caminhar mar adentro. Não se preocupe não afundaremos, então, olhei para o céu não vi nenhuma estrela, a noite era uma penumbra.
Caminhamos sobre as baixas e altas ondas, ele nada falava, não sorria, fiquei com medo. Parecia que adivinhava meus pensamentos: não tenha medo. Depois de muito caminhar chegamos em outra praia.
Atravessamos a praia e chegamos num lindo castelo, foi aí que abriu a boca e falou: foi aqui que vivia com você e a amava com ardor, mas não se assuste não lhe farei mal algum, só queria ver a rainha que sempre amei.
Retornamos a outra praia onde estávamos, soltou minha mão, desapareceu assim como sumiu o meu temor.
De volta pra casa fiquei a pensar muito: quem era aquele rapaz que disse que me amou?
Por uma semana o mar me chamava com clamor, e lá estava ele e tudo se repetia novamente.
Hoje fiquei esperando o seu chamado e nada, criei coragem e fui à praia, sentei e fiquei a esperar. Ouvi de longe, alguém que dizia: ele não voltará mais, pois encontrou o seu lugar.


Dorli Silva Ramos ( ficção)


A procura do infinito



Saí perambulando por aí à procura do infinito
Onde eu pudesse reencontrar a minha paz
Um amor sombrio e leal que me desse carinhos
Cansei de sofrer as angústias de não ser amada

Uma luz brilhante encontrei, parecia outro mundo
Acima nuvens namoravam a noite de núpcias
Estrelas brilhavam o grande acontecimento
Quis voltar, mas alguém segurou o meu braço

Um jovem vestido de branco disse: estou aqui
Vou ser seu homem e você será minha mulher
Aqui não sentirá dor e será amada por mim
Você irá levitar o infinito e sentir a felicidade

Pegou em minhas mãos, voamos o infinito belo
Paramos, foi quando vi muitos casais e crianças
Olhou para os meus olhos e disse: quer ficar?
Aqui você será a minha mulher e, me beijou...


Dorli da Silva Ramos

quarta-feira, 22 de maio de 2013

PEDRO está precisando de nós.





O BLOG POR TODA MINHA VIDA.
VÃO LÁ DA UMA FORÇA
PARA O PEDRO!

POR FAVOR!!

Lua Singular

Acostumei-me sem ti




Os dias são intermináveis nessa sacada
Tenho que me acostumar ficar sem ti
Olho o vazio que faz morada ao redor
A saudade amortece meus lábios sedentos

Há uma semana estávamos os dois aqui
Senti teu corpo gelado, mãos tremiam
Queria me dizer algo, mas a voz não saía
Olhei teus olhos vazios - o amor acabou?

Abaixou a cabeça sem precisar dizer nada
Teus olhos agora cheios de lágrimas, balbuciou:
Meu coração foi roubado de ti por outra mulher
Senti minhas pernas tremerem, como senti...

O tempo passou, acostumei-me sem teu cheiro
Vasculhei a casa inteira e um achado encontrei
Uma carta que não conseguiu entregá-la a mim
Tinha uma doença incurável, não quis me dizer

Deveras havia morrido muito longe da sacada
Com flores vermelhas entrei na tua nova morada
Tua foto sorria para mim, debulhei lágrimas de dor
Sei que tenho que me acostumar sem ti, amor...


Dorli Silva Ramos

terça-feira, 21 de maio de 2013

Paixão



Pobres pecadores à procura da paixão
Ela não é amor, pois amor é serenidade
Quando ela vem nos tornamos destemidos
Para embalarmos como criança desprotegida

A paixão tem curto tempo de validade
Logo se acaba e saímos machucados
Vindo lágrimas e suspiros de saudades

O tempo passa e com ela carrega esse mal
Para irmos à procura de uma nova vida
Eis que de repente nos deparamos novamente
Com outra paixão vinda sorrateiramente

Quando é, meu Deus que vai parar
Essa vida de tropeços apaixonados?
Só a velhice poderá responder...

Dorli da Silva Ramos

segunda-feira, 20 de maio de 2013

A sombra




Não sei o que acontece comigo
Pois sempre sinto uma sombra atrás de mim
Não tenho medo viro-me e ela desaparece
Será que é de alguém que muito amei?

Ou de alguém querendo pedir perdão?
Não diz nada, isso me aborrece
 Faço uma prece, ela desaparece
Mas sempre volta a me atormentar

Foi muito pior há alguns anos
As janelas balançavam, a cama tremia
Levantava pensando ser uma ventania
 Abria a janela e nem as folhas das árvores
balançavam e a sombra aparecia

 Fazia algum tempo que não ela aparecia
Hoje ao lavar as louças, eram duas sombras
Fiquei com medo, me virei elas desapareceram
Até quando vou aguentar esse tormento?

Dorli Siva Ramos
( Não é ficção)


Aviso. Essa postagem fui reeditá-la e baguncei tudo, a perdi tive que fazer outra. Há muitos anos uma pessoa por mim querida  morreu e me traiu muito, não conseguia perdoar. Como o tormento era diário, perdoei e nunca mais tive essas visões. Tá tudo em paz agora, mas tenho premunições quando alguma coisa vai acontecer, isso vem de família...
Dorli

domingo, 19 de maio de 2013

Despedida ao pôr do sol



Com tristeza nos despedimos no pôr do sol
Há longos quarenta anos estou aqui
Esperando sempre um dia a tua volta
Mas, infelizmente tu não mais voltaste

Se um dia sentires saudades de mim
Saibas que estarei sempre no mesmo lugar
Na mesma praia, o mesmo pôr do sol
Conversando com as estrelas e a lua chorosa

Não tenho mais o mesmo vigor de outrora
Mas meu coração não esqueceu o amor
Os dias que passeamos na praia com a brisa
Enxugava meu rosto com teus beijos

Nosso lindo ninho de amor ainda te espera
 Reconhecerás a mesma colcha de areia
Embriagaremos de desejos e amor
Só acordando com os raios do alvorecer

 


Dorli Silva Ramos

sábado, 18 de maio de 2013

Minha linda musa



Oh! Júlia, minha musa poética
Vejo-a entrar no mar semi-nua, linda
Teus cabelos longos descem teu corpo
Uma onda quebra, fico a pensar
  
Meu corpo ferve de desejos insanos
Entro vagarosamente no mar...
Júlia se assusta e cai nas geladas águas
Amparo-a com as mãos quentes

Quando vejo os teus olhos azuis
 Coloridos tal as águas do mar revolto
Não resisto a uma doida paixão
Meus lábios bebem os teus alucinados

Júlia olha meus olhos verdes e sorri
Desliza as mãos no meu corpo com sutileza
Envolve teu corpo nu no meu ansioso
Nos amamos até saciarmos nossos desejos


Dorli Silva Ramos

sexta-feira, 17 de maio de 2013

E a vida passa ( reedição )




Mulher jovem é linda com o rebolado de cigana
Sua roupa vermelha tal qual suas paixões
E nesse vaivém sufoca corações ardentes
A tê-la pelo o menos uma única vez

Seu olhar é penetrante que seduz quem a vê
Joga um sorriso malicioso e recomeça o rebolado
Seu olhar não é único e sim para todos os olhares
Um olhar sedutor de quem vive só de paixões

Ninguém consegue fazer vibrar seu coração
Parece que o tempo para o seu relógio
Sua sensualidade enlouquece mil corações
Maltrata, ri, esnoba e "mata" muitos homens

E a vida passa...ela envelhece, sua pele seca
Não tem mais a maciez das pétalas de rosas
O tempo a faz chorar o tempo de glamour
E também chora o seu tempo de desencanto


Dorli da Silva Ramos

A procura de você






Muitos caminhos andei a procura de você
De repente algo me puxava para um lugar
Ao chegar meu corpo estremeceu...
Fiquei gelada ao ver o cenário macabro

Castelo perto e outro longe de mim
Até a lua corria de medo dos urubus
Mas, eu não tenho medo de nada, desviava
Das pedras, até chegar ao mar borbulhante

Algumas estrelas brilhavam ao longe no céu
O vento soprava forte, cabelos desalinhavam
Minhas poucas roupas esvoaçavam
Nadei até chegar naquele lugar obscuro

A porta estava aberta e você amor, à espera
Levou-me a banhar-me num espaço quente
Trouxe um lindo vestido da cor do mar
Pintei meus lábios de vermelho, e gritou:

Não faça isso, pois sinto gosto de sangue
Por que? Você adorava essa cor?
Não percebeu ainda meu lindo amor?
Eu morri afogado bem perto daqui

Corri para o mar, afundei a cabeça no mar
Fui chegando vagarosamente até você
Por que fez isso, minha linda princesa?
Porque quero ficar para sempre com você


Dorli da Silva Ramos


quinta-feira, 16 de maio de 2013

O som e o perfume da natureza( reedição )




Como seria bom acordar com os sons da natureza
O barulho das quedas d'água, o perfume das matas
O cocoró do galo o churrilhar dos pássaros
Tomar banho na cachoeira, nadar com os peixes

Tomar café quentinho feito no coador de pano
Aquecer as mãos no fogão a lenha, beber leite puro
Jogar conversa fora, brincar com os muitos filhos
 Beijar a mulher e ouvir o tum.tum.tum do coração

Passear todos pela floresta ouvir os sons dos animais
Sentir o perfume das flores, árvores, pisar nas folhas
Chegar perto de um rio e ouvir o barulho das águas
Estão felizes, pois logo se encontrarão com outras

Tudo poderia ser maravilhoso se possível fosse
Moro num arranha-céu e debruçado na janela:sonho
Sonhar é bom, sonho não tem preço, pois se o tivesse
Dividiria todos os meus bens pra viver naquele lugar



Dorli da Silva Ramos 

Bebo...


Bebo meus sonhos desfeitos
Meus beijos doados
Minha vida em pedaços
Minha mente vazia

Bebo meu amor que se foi
Levou meus anseios
Deixou minha alma em frangalhos
Meu coração à sangrar

Bebo a vida sem rumo
O triste abandono da lua
As estrelas brilhantes que choram
O mar que adormece na praia

Bebo minha doída solidão
Que acelera meu triste coração
Meus lábios que adormecem
De saudades de ti

Bebo mais um desengano
Mais uma dura traição
Mais uma lágrima que evapora
Mais uma mesa vazia

Bebo mais um sonho novo
Que veio preencher os meus dias
Acalentar meu corpo gélido
Beijar meu sonho real

 

Dorli da Silva Ramos

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Onde está a sabedoria?



Está em cada gotícula de orvalho pendurada nessa enorme teia. Convenhamos que são muitas sabedorias, mas elas só serão vistas por cada um de nós de uma forma diferente. Que a busquemos...


Se eu duvido tenho que questionar
Para descobrir a verdade
Ser sábio é deixar cair uma lágrima
Para aliviar o coração

Sendo  a dúvida o princípio da certeza
Vamos buscá-la com garra
Façamos jus a fiel sabedoria
Não deixemos nos enganar

Saber calar na hora certa faz de nós
Um sábio em potencial
Ouvir os mais velhos nas vivências
Afasta de nós os fracassos

Humildade não é sinal de fracasso
É saber a hora certa de voar...
Mesmo que as lágrimas rolem de tristezas
Pedimos a Deus a Sua sabedoria

O silêncio é a arma do discernimento
Não é esconder sua sabedoria
É guardá-la para usar na hora certa
Sem precisar machucar ninguém


Dorli da Silva Ramos

Uma beleza singular





Sozinha, sentada entre pombos brancos
Cabelos desalinhados à espera do nada
Sem saber se é o alvorecer ou o anoitecer
Entre árvores fechadas sente a chuva 

Esta chuva fina mais parece uma brisa perdida
Tal está o seu pensamento triste e singular
Olha a sua volta só ouve o arrulhar dos pombos
Que  acompanham sua vida frígida e nua

Nem as flores querem enfeitar sua tristeza
Pequeninas choram sua intensa solidão
Só a relva verde sobrevive tamanha dor
Ao ver uma beleza morta em forma de mulher

Perdeu a ilusão da vida? Acorda! Está com você
Levanta desse banco gelado e vá amar você
Nesse contexto, feliz, bela e deveras feliz
Um grande amor haverá de cruzar seu destino

E fazer morada...

Dorli Silva Ramos


terça-feira, 14 de maio de 2013

Não cuspa no prato que comeu


cuspir

Não cuspa no prato que um dia comeu
Veio engatinhando e muito faminto
Comeu tudo do prato até se lambuzar
Agora satisfeito cospe no prato que comeu

É assim que fazem todos os oportunistas
Mas, um dia o prato vai lhe fazer falta
Ele não existe mais, espatifou-se no chão
Inexistirá no mundo cola capaz de colá-lo

Já mendigando sua própria ignorância, chora
Suas lágrimas secarão ao cair no chão
Nenhuma chuva cairá na sua horta e lembrará
Que cuspiu no primeiro prato que comeu

A vida é mesmo assim, ninguém fica impune
Se as leis dos homens não funcionam
A lei de Deus é mais forte que o "vento"
Que um dia de cima você quis me derrubar