No campo matinal
um cavalo assediado
pelo zumbir das moscas
mastiga avidamente
o capim do universo.
Os insetos volteiam
no anel azul do mundo
- esferas sem passado
nos ares momentâneos
Não há mitologia
espalhada na relva.
que é verde, sem caminhos,
longe das longe terras.
E o cavalo sobrado
da inenarrável guerra
e da paz defendida
à sombra das espadas
mata a fome no campo
onde não jazem mortos
Nem retroam os clarins.
Sua crina estremece.
E seus cascos escarvam
a plácida planície
coberta pelos pássaros
Já sem fome, relincha
para os céus que não guardam
as fanfarras e flâmulas
e a fumaça da História,
e se muda em estátua
Antologia
Poética de
Lêdo Ivo
Lindo compartilhamento,Dorli! bjs, ótimo dia! chica
ResponderExcluirMais um bonito poema dessa antologia.
ResponderExcluirAbraço e bom feriado