Num reino muito longínquo daqui, há muitos anos,
num belíssimo castelo morava um jovem e belo príncipe com seu pai, viúvo e
doente. O nome desse príncipe era Robert. Não demorou muito o nobre rei faleceu
e o jovem príncipe iria ser coroado rei em poucos dias. Aconteceu o
intento.
Então Robert,
muito lindo, queria desposar a jovem mais bela e com as melhores qualidades
domésticas escolhidas a dedo por ele. O boato se expandiu por todo o reino e as
jovens ficaram todas atiçadas para ser a esposa do rei, ou seja, a rainha de um
grande reino.
O rei mandou
seus súditos escolherem em todo o seu reino as jovens mais belas e com as
qualidades exigidas por ele. E começou o censo.
Num casebre
de família miserável morava uma linda jovem, mas que sua única qualidade era
ser boa, mas não sabia fazer absolutamente nada.
Sua mãe muito
astuta e devota das almas, disse que à sua filha que ela iria ser a esposa
do rei, a mais bela rainha do reino.
- Mas como
disse a filha?
- Deixe
comigo, disse a mãe.
Não demorou
muito tempo um súdito bateu a porta de sua casa, a mãe abriu e o súdito
perguntou:
- A senhora
tem filha bonita com boas qualidades domésticas?
- Ela
respondeu:
- Sim, tenho
a Brigid que sabe cozinhar como ninguém, sabe costurar, lavar e passar muito
bem, passaria as vestes do rei tão bem que tenho certeza que ele jamais
vestiu.
O rei de
posse dos questionários ficou curioso com as respostas da mãe de Brigid e
mandou chamar a bela jovem.
Brigid ficou
nervosa e sua mãe falou-lhe para que ela ficasse tranquila que o resto as almas
dariam conta.
Brigid chegou
ao castelo e quando recebida pelo rei, por ela se encantou e ele disse:
- Você tem
todas as qualidades que sua mãe relatou?
- Sim,
respondeu a jovem toda trêmula.
Foi marcado o
casamento. Que emoção!
Na véspera do
belo acontecimento bateram a porta do castelo. O rei ao abri-la espantou-se ao
ver tamanha monstruosidade de uma mulher e perguntou:
- Por que a
senhora tem esse rosto todo queimado; essas mãos tão calejadas; e como ficou
assim tão corcunda?
A mulher
respondeu:
- De tanto
cozinhar e soprar fogo; de tanto lavar e passar roupas e de tanto costurar.
O rei deu-lhe
uma moeda e a pedinte foi embora.
No outro dia
foi celebrado o esperado casamento com uma suntuosa festa. Os noivos estavam
maravilhosos e o rei só pensando na pedinte.
No outro dia,
o rei ao acordar disse a sua linda esposa e rainha:
A partir de
hoje, minha rainha não irá cozinhar, lavar, passar e nem costurar.
Quero você sempre linda só para mim, deixe que nossos empregados cuidem disso.
Enfim, que
alívio para a jovem rainha, lembrou-se que sua mãe rezava muito para as almas.
Elas lhe salvaram.
Lua Singular
comenta:
Estórias que
o povo conta: minha saudosa mãe contou-me essa estória, muitas vezes, para mim.
Quantas
ilusões colocavam em nossas cabecinhas.